O Príncipe lesará somente aqueles dos quais tomará as terras e as casas para dá-las aos novos habitantes; e aqueles, os lesados, que representam uma ínfima parte de seu Estado, achando-se dispersos e desvalidos, jamais contra ele poderão conspirar. MAQUIAVEL, O Príncipe
Afirmo que a doutrina de Maquiavel vive hoje mais do que há quatro séculos, pois ainda que as formas exteriores de nossa existência tenham mudado consideravelmente, não se operaram modificações profundas, nem no espírito dos indivíduos, nem no dos povos. BENITO MUSSOLINI
Dos
congressistas que apelam para o apoio às nossas tropas, a fim de
justificar os gastos com as guerras, aos programas de televisão e aos
jogos como os “NCIS”, “Homeland” e “Call of Duty” ao vergonhoso e irreal
reality show “Stern earn Stripes”, os norte-americanos são submetidos à
sua dieta diária de estórias que valorizam o militarismo, enquanto os
redatores dessas estórias cumprem a sua tarefa por oportunismo político e
seus resultados comerciais. O melhor dos EUA é a educação universalizada
Nenhum desafio é mais urgente e nenhum debate é mais importante neste momento que manter vivo o sonho americano. Podemos construir um país onde um número cada vez menor de pessoas ganha muito bem e um crescente número de americanos mal passa perto disso, ou podemos restaurar uma economia onde todos tenham uma fatia justa, onde todos façam uma contribuição justa, e todos joguem sob as mesmas regras. É hora de parar de premiar empresas que exportam postos de trabalho para outros países e hora de começar a premiar empresas que criam trabalho aqui. BARACK OBAMA
Anima-nos constatar que líderes globais se chamem Cameron, Sarkozy, Obama, Berlusconi, Merkel, etc. etc.? ... Sim, o mundo é cada vez mais medíocre, para não dizer incompetente. Inepto em geral, e mesmo na inépcia, desigual. A desigualdade global 28/8/2011
Para "diminuir a desigualdade" o presidente norteamericano ainda quer instituir o novo imposto àqueles que ganham mais de US$ 1 milhão por ano em seu país. O discurso vem dando certo há século... às custas da população:
O modelo de bem-estar social europeu está em xeque, ainda que Obama queira seguir no mesmo caminho. Por isso o Tea Party gera tanta revolta. Os social-democratas gostariam de crer que é possível viver eternamente no conto de fadas. Estão apavorados com a idéia de que finalmente a fatura dos anos de farra irresponsável chegou. Com juros.
Agonizante social-democracia Rodrigo Constantino
São movimentos contra a natureza; portanto, com prazo de validade por demais restrito. "A lei só será um instrumento promotor da igualdade se tirar de algumas pessoas para outras pessoas. E nesse momento ela se torna instrumento de espoliação." (BASTIAT 33) "A doutrina da igualdade!... Mas não há nenhum veneno mais venenoso: pois ele parece estar sendo pregado pela própria justiça, enquanto é o fim da justiça." (NIETZSCHE: 106) "Um universo físico requer diversidade. A matéria não pode se formar sem diferenças." (SHELTON: 170).
A "Regra Buffett" quer substituir a Taxa Mínima Alternativa, criada para garantir que todos paguem uma regular porcentagem de sua renda em impostos. A taxação vem batizada com o nome do multimilionário Warren E. Buffett "em homenagem às constantes denúncias das desigualdades entre os contribuintes mais ricos e os de classe média na hora de pagar os impostos". Como ninguém é igual a ninguém, a faina de coelho perde para a tartaruga: “Aparentemente a desigualdade – não a igualdade – é uma condição natural da humanidade.” (DAHL: 77) À rede CNN os burocratas da Casa Branca calcularam uma incidência sobre a renda de aproximadamente 500 mil cidadãos norteamericanos - "apenas 0,3% dos contribuintes do país". Dessarte justificam-se esbulhos, desde que em pequeno percentual sobre os produtores, em favor de uma abstrata maioria menos produtiva.
Não encontro maior decepção. Mr. Obama é um gentleman. E chefe de uma família exemplar. Não creio que alguém possa colocar em xeque sua honestidade ou caráter. Muito inteligente (alguém duvida?), inovador, marketeiro nato. É um sujeito alegre, otimista, carismático mesmo. Irradia confiança. S. Exa. é produto de um blend ainda não experimentado pelo Eua - um tempero de cultura asiática com africana, sob a égide dos costumes norteamericanos. Tinha tudo para dar certo, mas... no que propriamente a cultura asiática ou africana poderia acrescentar ao país mais prospero do mundo, um dos criadores da democracia? Na África os ancestrais estão bem guardados, a Ásia ate´anda meio inimiga - o perigo amarelo preocupa tanto que andam às rixas. Como não se valer dos últimos e mais altos ensinamentos da excelente Universidade do país de maior tradição democrática? Mas de que modo um sujeito criado distante dos aparthaids propõe justamente um aparthaid para justificar sua presença? Aplicativo platônico no prêt-à-porter de Maquiavel? Os designados pobres norteamericanos, os homeless assim estariam em virtude dos ricos se apossarem de tudo, inclusive de suas casas? Ou necessita S. Exa recursos para a milionária campanha política na qual se envolve?
A criação de um banco de investimento em infra-estrutura, proposta por Obama durante a campanha, ganhou impulso na crise. O banco teria US$ 60 bilhões para ajudar Estados e cidades a investir em obras como pontes e estradas. Agora, essa proposta pode crescer para US$ 150 bilhões, dentro do pacote de estímulo.
Eis grande bobagem. O montante se forma na produção, passeia no centro, e volta à origem? Ou será deslocado para regiões insípidas, onde diluir-se-á tal qual névoa da manhã? Por qual minerva insiste S. Exa. em bater no bolso da classe que apresenta os melhores resultados produtivos, os ícones sociais, ato já negado pelo vertical congresso norteamericano?
Constatamos durante a campanha que o talento de Obama para a oratória era uma vantagem enorme, e creio que será ainda também um de seus grandes atrativos como presidente. Na verdade, a política não mudou desde a sua invenção pelos gregos. Todo o jogo reside na capacidade de expor seus argumentos de maneira clara e convincente. Ter essa capacidade, para um discurso improvisado ou preparado, é uma vantagem com muito valor na política. GALSTON, William, analista da Brookings Institution e ex-assessor da Casa Branca.
Que razão lhe assiste no apagar das luzes? Poderia tão forjada tutela representar pleito yankee, ser apropriado ou compatível com ele?
Este negócio de taxar ainda mais os ricos é aberração consentida, e até querida, mercê da mistificação pitagórica. Se ele ganhar $1 milhão de dólares, taxado em 10% pagaria $100 mil. Já o "pobre" que ganha $100 mil, ao imposto de renda arcaria com $10 mil. Portanto, em igualdade extrema, na justiça perfeita, o rico pagaria dez vezes mais do que o pobre. No entanto, o rico sofre ainda um desconto muito maior, graças ao articício retórico. Porque os ricos devem pagar mais impostos do que os pobres, pela obviedade são taxados proporcionalmemte em dobro, o que se configura não só num ato de elevada injustiça, mas de prejuízo até mesmo aos mais pobres. Ocorre que o desenvolvimento em países democráticos, e no Eua par excellence, deve-se a iniciativa de seus cidadãos, de seus deals and dreams. O capital privado vira público, portanto, de ninguém, esfumaceando-se pela garganta profunda do falsário Leviathan. Há séculos David Ricardo (p. 61) bem advertiu:
Trata-se de uma verdade indubitável que o conforto e o bem-estar dos pobres não podem ser permanentemente assegurados sem alguma consideração de sua parte ou algum esforço feito pelo poder público para regular o aumento de seu número e para tornar menos freqüente entre eles casamentos prematuros e imprevidentes. A operação do sistema 'Poor Laws' tem sido diretamente contrária a esse fim. Elas tornaram supérflua a contenção e estimularam a imprudência, oferecendo-lhe uma parcela de salários da prudência e da diligência.
Esbulhado, o exitoso cidadão perde assim sua conquista. A depressão atinge os mais bem-sucedidos. Ora há quem flerte com a morte: Trump quer cemitério em clube de golfe Local em Nova Jersey seria 'muito discreto'.
Embora de Economia nada se saiba, não são poucos os que testemunham o conhecimento de Obama sobre a História. É de se presumir; e especialmente, sobre o transcurso no XX. S. Exa nasceu num recanto amealhado pelo fascismo americano, para desembocar no ardil do New Deal. Naquela época a Nação temia a sinistra previsão de Marx; Com o desgarrar do lastro em ouro,a grande solução podia ser simplemente imprimir dinheiro, por conta do futuro. Os despojos japoneses e alemães cobriram com folga o cheque-predatado, de modo que os destemidos yankees se livraram de uma inédita inflação no último minuto. Nas universidades, obviamente, circulavam obras e autores que garantiam a cientificidade do New Deal, um contrato de maior solidariedade com os socialmente mais distantes.
O Estado rooseveltiano ou a república da França apresentava, na época histórica do fascismo, características do Estado intervencionista (função econômica do Estado e fortalecimento do Executivo, por exemplo) que marcavam igualmente os fascismos alemão e italiano, sem que isto tenha significado o Estado de exceção. POULANTZAS, N., 240
O craque da grande-área chamava-se Keynes.
Keynes compreendeu desde cedo que a esperteza empregada com astúcia era o meio de vencer ao tratar com os adultos. A esperteza era a alternativa à submissão ou à rebeldia; pela esperteza podia-se manipular vantajosamente qualquer situação. SKIDELSKI: 27
O sucesso de Keynes foi tão devastador que a teoria econômica de Schumpeter foi pouco notada em sua época. Durante os anos 20 e 30, Keynes recebeu 200 citações em artigos publicados por outros cientistas, ficando em primeiro lugar. Já Schumpeter, no mesmo período, recebeu somente 22, ficando em 18º na classificação. GLEISER, I: 171
Além das guerras, governos nada produzem; portanto, não lhes cabem criar postos de trabalho, mas propiciá-los à produção. Como alcançar tal intento? Simplesmente permitindo que a renda, o capital, gere mais renda a partir de sua cabeceira, e não sacá-lo de seu ambiente, sabe-se lá para onde, em favor de quem. O número de empresas americanas entre as 500 maiores listadas pela revista Fortune, é o mais baixo já consignado. . EUA e o risco de recessão (19/8/2011) A China, cujas empresas são cada vez mais poderosas, aparece pela primeira vez na lista das dez primeiras. O Japão vem em segundo. Veja: Amistoso de basquete entre EUA e China termina em briga (18/8/2011) Sorry. "A burocracia americana, que se contentava com 350.000 funcionários, saltou para 5 milhões hoje." (Veja, 29/4/1992: 47) Isso há uma geração. Ora periga o dobro. A mais cara tradição era novamente conspurgada, mas isso parece não vir bem ao caso o que interessa é ascender, manter, e sair do poder ileso.
A verdade insofismável é que Obama é ruim de doer; trata-se de uma dos mais vistosos fiascos da história política dos EUA. Ontem, irritados com a pressão, nada menos de 37 mil seguidores do presidente no Twitter resolveram desertar. Perceberam que estavam sendo vítimas de uma espécie de assédio — e que Obama, afinal, está molestando as instituições do país. Não por acaso, hoje seu governo é aprovado apenas por 40% dos americanos. Obama é um fiasco e está preparado para presidir o Findomundistão!; - 30/7/2011
Sorry. Pelo menos no point de Barack Obama bem convém parar com as brama.
O Estado de bem-estar era um ardil político: uma criação artificial do Estado, pelo Estado, para o Estado e seus funcionários. É um eco irônico da democracia de Lincoln de, por e para ‘o povo’. Quando seus bem escondidos, porém crescentes, excessos e abusos no governo central e local foram revelados recentemente, havia se passado um século de defesa falaciosa. SELDON: 60
"A idéia de democracia implica ausência de chefes." (KELSEN, H., 1993:88) O desenvolvimento sustentado exige a participação de todos; portanto, faz-se de todos os pontos, a todas as direções. "Cada forma de vida inventa seu mundo (do micróbio à árvore, da abelha ao elefante, da ostra à ave migratória) e, com esse mundo, um espaço e um tempo específico." (LÈVY, PIERRE, cit. PELLANDA e PELLANDA: 118) Quem quiser represá-las, ou mesmo orientá-las, na verdade estará lhes cerceando.
A ordem implicada tem sua base no holomovimento, que é vasto, rico, e em um estado de fluxo infindável de envolvimento e desdobramento, cuja maioria das leis é vagamente conhecida, e que pode ser até incogniscível em sua totalidade. Logo, ela não pode ser apreendida como algo sólido, tangível, e estável aos nossos sentidos (ou aos nossos instrumentos). BOHM, David, Totalidade e ordem implicada: 192
"A manutenção da organização na natureza não é - e não pode ser - realizada por uma gestão centralizada, a ordem só pode ser mantida por uma auto-organização." (BIEBRACHER, C. K.,; NICOLIS, G., SCHUSTER, R., cits. PRIGOGINE, I.: 75)
A macropolítica, a macrocultura, a macroeconomia dependem da micropolítica, da microcultura, da microeconomia (em termos de seu respectivo âmbito, quantitativo ou extensivo), e aquelas não podem absorver estas sem sofrer as conseqüências que, ao fazê-lo, provocaria. A vida é interação das partes no todo. GOYTISOLO, J.V.:74
Viva! Li algures que Borges pensava que p "presente" não existia- voçê deve conhecer muito bem Jorge Luis Borges- o que é que acha? Um abraço do Manuel Pereira Barbosa do Porto...(Leça da Palmeira- Leixões)
ResponderExcluirDesculpe a gaffe- " o Presente "
ResponderExcluirSalve Manuel Pereira Barbosa, do Porto! Satisfação revê-lo à bordo. Borges? Talento e tenacidade. Excepcional malabarista das palavras. Lamentamos perdê-lo para a Europa. O presente não existia, mas agora existe. Confira a promoção da Loja do Tempo: http://allmirante.blogspot.com/2007/10/loja-do-tempo.html
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