sexta-feira, 6 de julho de 2012

Solução iluminista à insanidade macroeconômica brasileira

A presidente esgotou a troca de figurinos. Como uma atriz que tem de representar vários papéis, não tem mais o que vestir de novo. ‘Governo? Que governo?’, um artigo de Marco Antonio Villa
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Momento de aflição
5/07/2012

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Brazilianic acelera a sucumbência. Para sair desse desesperador atoleiro, respeitosa e humildemente o comandante da Nav's coloca-se à disposição de S.Exa. Presidenta. Numa de suas viagens à Porto Alegre, dessas que vem anunciar mais R$1 bi para metrô da capital gaúcha, assim tirando os parcos recursos do Piauí para contemplar o RS, mas que na verdade objetiva brincar com a neta, ou então numa escala das viagens que empreende para trocar abobrinhas com a argentina, ela poderia encontrar um tempinho para se encontrar com o comandante. Ele diluirá toda a agonia, em troca de insignificante honorário ainda mais se comparado ao que já foi atirado ao mar para saciar os tubarões. Basta apenas um pequeno percentual sobre a diferença do atual PIB com aquele que será propiciado um ano depois,caso sua S.Exa siga as prudentes orientações. Dessarte estará livre para cumprir as obrigações do Leviathan, deixadas ao léo pela faina da riqueza a qualquer preço: as estradas sucateadas, as delegacias de saúde desprovidas de médicos, a segurança pública misturada com o crime organizado, o medíocre sistema educacional, o estabelecimento da infraestrutura geral. "A má qualidade das estradas, portos, ferrovias e aeroportos brasileiros não chega a ser novidade. Ficamos décadas sem investir e isso fez com que acumulássemos gargalos que ainda se refletem no estado atual da nossa infraestrutura." (BORGES, B., Economista-chefe de LCA Consultores. - Estadão, 8/8/2010)
Doerá um pouco, porque só existe uma classe que pensa mais em dinheiro do que a rica: é a pobre, coitada, esta não pensa em mais nada. Mas dinheiro não se ganha, faz-se. Ele é consequência, e por isso não deve ser objetivo de ninguém,muito menos de um governo que trilha com viés marxista, dito social, porém um social que exclui o resto da Nação:
Os encargos sociais obrigatórios para as indústrias também são, no Brasil, os mais elevados do planeta: 37,4% de encargos diretos, contra 10,3% no bloco asiático e do Pacifico, 27% na Europa e América do Norte e 19,2% na América Latina. O empregado brasileiro custa para a empresa praticamente o dobro do que ele recebe como salário.
A solução iluminista
Todo o homem possui uma propriedade em sua própria pessoa, de tal forma que a fadiga de seu corpo e o trabalho de suas mãos são seus. JOHN LOCKE
"Foi igualmente pela recusa do dualismo cartesiano, e pela defesa da observação e da análise contra o espírito sistemático, que Locke se impôs como 'mestre da sabedoria' aos filósofos franceses do século XVIII." (CHÂTELET: 228)
Existe uma acentuada complementariedade entre a condição de agente individual e as disposições sociais: é importante o reconhecimento simultâneo da centralidade da liberdade individual e da força das influências sociais sobre o grau e o alcance da liberdade individual. Para combater os problemas que enfrentamos, temos que considerar a liberdade individual um compromisso social. Essa é a abordagem básica que este livro procura explorar e examinar. A expansão da liberdade é vista, por essa abordagem, como o principal fim e o principal meio do desenvolvimento. O desenvolvimento consiste na eliminação de privações de liberdade que limitam as escolhas e as oportunidades das pessoas de exercer ponderadamente sua condição de agente. Prêmio Nobel  AMARTYA SEN, 2000:10
Há que esquecer a riqueza. Fazê-la cabe a quem tem vocação a tanto. A Leviathan toca apenas permitir que ela seja feita pela competência da área. "Ter mais liberdade melhora o potencial das pessoas para cuidar de si mesmas e para influenciar o mundo, questões centrais para o processo do desenvolvimento."(DAWKINS, R: 369) "Os interesses dos indivíduos se compensam entre si e o produto final coincide com o interesse da comunidade. Em outras palavras, a consciência do indivíduo é árbitro e condutor tanto do interesse público quanto do privado que não é obra do acaso." (TOCQUEVILLE, 1997: 18) O desenvolvimento, e consequentemente a riqueza não se restringem, não podem ser represadaos nos domínios de quem os gera. “O crescimento econômico é alcançável quando se permite o florescimento dos negócios, deixando a prosperidade verter para a população de baixa e média rendas, que se beneficiará da crescente atividade econômica” (GIDDENS, A., 996: 104). “Ninguém duvida de que os indivíduos formam a sociedade ou de que toda sociedade é uma sociedade de indivíduos.” (ELIAS, A sociedade dos indivíduos. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Ed. 1994: 16) A onda promotora se viabiliza pela Mão Invisível, processo recordado por Priestley (cit. Falcon: 73): “Os ricos obrigam-se, pelas leis naturais da economia e pelos ditames morais da natureza, a difundir sua riqueza às camadas menos favorecidas.”Einstein chancela: a Teoria da Relatividade ensina que somos parte de um sistema no qual a simples presença do corpo compõe uma força gravitacional. Todo campo se torna afetado. Planck diria que esse efeito é atômico e consiste numa difusão energética de amplitude ilimitada. "Ter mais liberdade melhora o potencial das pessoas para cuidar de si mesmas e para influenciar o mundo, questões centrais para o processo do desenvolvimento. " (DAWKINS, R: 369)
Para o biólogo Stuart Kauffmann, um dos criadores da Ciência da Complexidade, a vida é um fenômeno que emerge devido à junção de órgãos individuais. Através do uso de simulações por computador, Kauffmann demonstrou que existe 'ordem de graça', uma cristalização espontânea de ordem nos sistemas dinâmicos complexos, sem a interferência do processo de seleção natural ou qualquer outra força externa. GLEISER, I., : 59
"Todas as formas de cooperação social são legítimas. São obras de indivíduos que nela consentem voluntariamente; não há poderes nem direitos exercidos legalmente por associações, inclusive pelo Estado, que não sejam direitos já possuídos por cada indivíduo que age sozinho no justo estado de natureza inicial.". (RAWLS, 11). É na esteira de um shopping  que florescem incontáveis negócios adjacentes. E vice-versa: "Uma economia só pode crescer de maneira global se as empresas individuais que a formam crescerem. Portanto, qualquer teoria do crescimento deveria estar embasada na atividade e no comportamento das empresas individuais." (ORMEROD, P., 2000: 216) E para que isso comece a se cristalizar, para que cesse o fantasma do descalabro e do caos financeiro que ronda a Nação, só mesmo são capazes as drásticas soluções.iluministas.
Reponha imediatamente em circulação a fabulosa cifra recolhida de modo  compulsório sobre todos os depósitos em conta corrente da Nação, para compor o tal Fundo Soberano. Numa democracia a soberania pertence ao povo, e não pode ser usurpada. Ademais, o inimaginável capital estocado à especulação monetária deprime toda a cadeia produtiva, por falta de oxigenação. Esta "medida macroprudencial" é a via mais rápida de se obter o suicídio geral, inclusive dos macroprudentes.
Há que se reduzirem os juros a patamares praticados pela civilização. Não há a menor justificativa para o fluxo ficar estancado nos bancos, em vez de estar à disposição da cadeia produtiva e dos cidadãos em geral. No varejo eles devem ser equânimes a todo mundo, por que todos são iguais perante a lei. Como explicar que um investidor de imóvel de R$100 mil perceba um aluguel máximo de R$1 mil enquanto o banco para alugar o mesmo valor que não é seu cobre dez vezes mais? Quando banqueiros se tornam ladrões, a economia desmorona (Devinder Sharma, economista indiano)
O Estado comprovou ser um gastador insaciável, um desperdiçador incomparável. Na verdade, no século XX, ele revelou-se o mais assassino de todos os tempos. O político de massas oferecia o New Deal, grandes sociedades, e estados de bem-estar social; os fanáticos atravessaram décadas e décadas e hemisférios; charlatães, carismáticos, exaltados, assassinos unidos pela crença de que a política era a cura dos males. Paul Johnson
O Estado de bem-estar era um ardil político: uma criação artificial do Estado, pelo Estado, para o Estado e seus funcionários. É um eco irônico da democracia de Lincoln de, por e para ‘o povo’. Quando seus bem escondidos, porém crescentes, excessos e abusos no governo central e local foram revelados recentemente, havia se passado um século de defesa falaciosa. SELDON: 60
"Os três níveis de governo no Brasil gastaram cerca de um terço de toda a riqueza gerada no país no ano passado." (Obsessão, de novo)
Mais de 70% de tudo o que os brasileiros pagam de taxas e impostos vão parar nos cofres da União. Para não morrerem à míngua, os municípios elegem deputados e senadores e os mandam à Brasília para trazer de volta o dinheiro que serve para a construção da ponte e da escola. De emenda em emenda orçamentária, parte considerável desse dinheiro é desviada por corruptos e corruptores. Mídia nunca desce às causas da corrupção 29/9/2011
Bobbio, (2001:16) reconheceu a atualidade e importância do método compatível com a imensidão territorial do Brasil:
O federalismo é o princípio mais profundamente inovador da era contemporânea... Quando se diz que o federalismo marca o rumo da história contemporânea, no sentido de uma efetiva ação de liberdade, significa dizer que o federalismo executa, no âmbito da sociedade civil, o acordo entre o poder central e os grupos periféricos, com um maior respeito às autonomias das partes individuais do que se refere ao todo, e com um menor fortalecimento do todo no que se refere às partes, levando-se em conta o que ocorreu nos sistemas históricos até aqui conhecidos.

A federação é aquela forma de Estado que garante melhor do que qualquer outra a liberdade dos cidadãos, assegurando-lhes uma mais extensa e direta participação do poder, e promove com maior zelo os seus interesses, subtraindo, o máximo possível, o cuidado do setor público a uma burocracia distante e incompetente. (Idem: 24/5)
Mably (cit. BOBBIO, N., 1987: 103) reconheceu de imediato a eficácia da solução, e formulou suas Observações sobre o Governo e as Leis dos Estados Unidos da América (1784): "Somente através da união federativa a república, que durante séculos após o fim da república romana foi considerada uma forma de governo adequada aos pequenos Estados, pode tornar-se a forma de governo de um grande Estado como os Estados Unidos da América."
Os estados sustentam a União; logo, não podem ser dominados por ela. Pede passagem a a Nova Era, a Era Atômica, para um desenvolvimento igualmente atômico. Bandeira azul no governicho de fordeco, de  meia-tijela"O terceiro princípio vital para a política do amanhã visa a quebrar o bloqueio decisório e colocar as decisões no lugar a que pertencem. Isso, que não é simplesmente um remanejamento de líderes, e o antídoto para a paralisia política.É o que chamamos de ‘divisão de decisão’."( CHARDIN, Teilhard, cit. FERGUNSON, N.: 48)
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* Os principais argumentos da relação entre a) positivismo comteano e autoritarismo no Brasil e b) positivismo comteano, freio ao desenvolvimento de uma ciência aberta e à universidade foram elaboradas por Antônio Paim. Mencionamos na bibliografia apenas um texto que pode ser tomado como sinopse da longa trajetória de publicações sobre o tema; Paim, A., História das Idéias Filosóficas no Brasil.: 248.

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