quarta-feira, 27 de julho de 2011

A efetividade da Escola Austríaca de Economia

Fundadores baluartes 
Eugen von Böhm-Bawerk  Carl Menger · Ludwig von Mises · Friedrich von Wieser- Friedrich Hayek O movimento vem desde 1871, marco da publicação intitulada   Grundsätze der Volkswirtschaftslehre, de Menger. A designação “Escola Austríaca de Economia” foi usada porque antagônica  à Escola Germânica, pautada no historicismo hegeliano, base do protótipo fascista à pilotagem de Otto von Bismarck. Depois da Franco-Prussiana (1883)  Menger lançou, Untersuchungen über die Methode der Sozialwissenschaften und der Politischen Oekonomie insbesondere.   Complementam-lhe  Henry Hazlitt, Murray Rothbard e o premiado com Nobel de Economia 1974  Friedrich von Hayek, na maior longevidade.   A Escola se debruça  sobre as teorias econômicas ao desenvolvimento social, comsusbtanciadas pela  história, epistemologia, governo e filosofia política. Suas contribuições incluem elucidações importantes sobre a teoria quantitativa de moeda, a teoria dos ciclos econômicos, a integração da teoria monetária à teoria econômica geral, sem dividir  a Economia em macro e micro,. para uma demonstração de que o socialismo implementado por força de lei também é necessariamente é insustentável tanto quanto  conquistado à baioneta,  posto incapaz de resolver o clássico problema do cálculo econômico. O mundo, contudo, preferiu gastar o o século para se conscientizar:
Não dispondo de indicadores de oferta e procura gerados por um mercado competitivo, tentaram medir a economia em termos de horas de trabalho ou contando as coisas em termos de espécie, em vez de dinheiro. Mais tarde tentaram a modelagem econométrica e a análise de insumo-exsumo. Nada deu certo. Quanto mais informação tinham, mais complexa e desorganizada crescia a economia. TOFFLER & TOFFLER:  87

O cenário
O desenvolvimento das formas modernas de associações em todo tipo de terrenos (estado, igreja, exército, partido, exploração econômica, associação de interessados, uniões, fundações e quaisquer outras que possam ser mencionadas) coincide totalmente com o desenvolvimento e incremento crescente da administração burocrática: a sua aparição é, por exemplo, o germe do estado moderno ocidental. WEBER, Max, Economia y Sociedad, tradução espanhola de J. Medina Echavarría, México: Fondo de Cultura Econômica, 1977, vol. I:  178
Os partidos de esquerda política - socialistas e comunistas - tiveram enorme influência sobre os padrões de cultura política que emergiram na Europa do século XIX. Pode-se observar o efeito dos partidos fascistas e comunistas na Europa, durante a depressão econômica mundial iniciada em 29, quando suas orientações monolíticas e seus poderosos símbolos políticos deram unidade e direção políticas a milhões de pessoas numa época de angústia e colapso social. ALMOND, G.A. e POWELL Jr, G.Bingham: 82.
A política do governo prussiano de reprimir ao invés de cooptar o movimento operário levou ao surgimento de um poderoso partido social-democrata revolucionário, que se tornou um modelo para os trabalhadores de toda a Europa. O PSD alemão foi imitado pelos franceses, belgas e italianos. Os movimentos trabalhistas holandês, escandinavo, suíço e americano seguiram os passos do movimento alemão. Oradores eram convidados de honra nos sindicatos que aconteciam em toda a Europa Ocidental e Estados Unidos. Os movimentos operários russo e eslavo também se inspiraram no alemão, e a segunda Internacional Comunista estava sob a liderança reconhecida do partido alemão. Suas filiações ultrapassavam 1 milhão em 1912; nos sindicatos, dois e meio milhões. SCHWARTZ, J., O Momento Criativo - Mito e Alienação na Ciência Moderna: 130
Enquanto ao leste a crueldade soviética era promovida sob a égide do materialismo científico,  na capital austríaca igualmente se reverenciaria apenas o que os olhos ou a matemática poderiam comprovar. Ños salões das valsas, o Postivismo Lógico alcançava o apogeu, a consagração científica  sob  a liderança do conceituado físico Ernst Mach,  nomeado membro da Câmara dos Pares pelo imperador da Áustria.
Mach também estimulou muita gente no mundo da filosofia: em particular os lógicos positivistas, formando um dos movimentos filosóficos mais influentes de meados do século XX, que às vezes se apoiava fortemente no positivismo de Mach para formular seu projeto filosófico. RAY,  C.,:  161.
Diletante de Direito, História, Economia e Filosofia do século mecanicista extremado, Max Weber (Ciência e política: duas vocações: 30) trouxera o paradogma do “tipo ideal”, ilação contrabandeada do admirado Bacon e do reverendo  Newton: “Podemos dominar tudo por meio da previsão. Equivale isso a despojar de magia o mundo.” Quiçá pela óbvia impossibilidade, o famoso sociólogo viveu  metade da vida em contradições: “Em 1898 Weber apresentou sintomas de esgotamento nervoso e de neurose; até o fim de sua vida iria sofrer depressões agudas intermitentes.” (BERLINK, M. T. PhD, Notícias sôbre Max Weber: . 87) 
Philipp Frank (1884-1966), Otto Neurath (1882-1945)**, Hans Hahn, Moritz Schilick e Rudolf Carnap (1891- 1970) encontraram Moritz Schlick para empilhar a Filosofia das Ciências Indutivas.  No palco aristocrata  o show viria protagonizado pelos filósofos especialistas em danças sociológicas. O filósofo Carnap, juntamente com o matemático  Hahn e o sociólogo Neurath acabaram publicando o manifesto intitulado Concepção Científica do Mundo - O Círculo de Viena (1929). O também austríaco Karl Popper estava por perto, e bem advertiu sobre a improcedência metodológica e decorrentes expectativas alimentadas pelo renomado grupo:
Popper negava a afirmação positivista de que os cientistas podem provar uma teoria por indução [como queria, por exemplo, Carnap com sua lógica indutiva] ou por testes empíricos ou observações sucessivas [como outros defendem]. Nunca se sabe se as observações foram suficientes; a observação seguinte pode contradizer tudo o que a precedeu. As observações nunca são capazes de provar uma teoria; só podem provar a sua inverdade ou refutá-la. Popper costumava se vangloriar de ter ‘matado’ o positivismo lógico com essa argumentação  HORGAN, 1998: 50.
Hans Kelsen e Ludwig Wittgenstein (1889-1951) já haviam aberto as portas do salão positivista. Wittgenstein provinha da Realschule, de Linz, escola que dava ênfase às disciplinas técnicas, cujo local também abrigava o astuto cabo Hitler. Ambos,   com 14 e 15 anos respectivamente, podem ser vistos em  fotografia escolar, juntos com outros 40 estudantes. Por três anos foram colegas. Em 1922  o pensador dera a conhecer seu  Tractatus Logico-Philosophicus, assim exercendo profunda influência no desenvolvimento do positivismo lógico.  A presença de Kelsen com a convincente  Teoria Pura do Direito  já havia assegurado a certeza da ciência em voga, tanto que sob sua inspiração a Áustria redigira sua Constituição, a Oktoberverfassung, de 1920.
A teoria do ordenamento jurídico encontra a sua mais coerente expressão no pensamento de Kelsen. Por isso podemos considerar este autor como o clímax do movimento juspositivista depois do que começa sua decadência, isto é (sem metáfora) sua crise. BOBBIO, N.,, A Teoria das Formas de Govêrno: 8.
 Von Mises não perdoou:
Houve Augusto Comte. Pensava conhecer o futuro que estava reservado à humanidade. E, portanto, considerava-se o supremo legislador. Pretendia proibir certos estudos astronômicos por considerá-los inúteis. Planejava substituir o cristianismo por uma nova religião e chegou a escolher uma mulher para ocupar o lugar da Virgem. Comte pode ser desculpado, já que era louco, no sentido mesmo com que a patologia emprega este vocábulo. Mas como desculpar seus seguidores?
Kelsen e Wittgenstein logo se deram conta do grave equívoco, mas os convivas continuavam desprezando o que não fosse concreto, palpável: "Uma das principais contribuições do Círculo de Viena reside na noção de verificabilidade. Esta compreende que o sentido de uma proposição está intrinsecamente relacionado à sua possibilidade de verificação." (www.geocities.com/discursus/textos/viena.html)
O anfitrião e o colega Wilhelm Oswald (cits. COVENEY & HIGHFIELD, A flecha do Tempo: 57) .garantiam: “Não pode haver significado nas declarações referentes a uma suposta teoria atômica, já que não temos meios de verificar diretamente a existência de átomos e moléculas.” No raiar do dia restou a melancolia: "O Círculo de Viena que se empenhou em encontrar respostas... O conjunto das suas reflexões, que ficou na história com o nome de 'positivismo lógico', saldou-se num tremendo fracasso." (VELOSO, António José de Barros  À cerca da pós-modernidade. http://cfcul.fc.ul.pt/equipa/2_cfcul_nao_elegiveis/antonio%20veloso/pos-modernidade%2021.doc.
O epílogo se precipitou não tanto pelos corretos apontamentos liberais, mas pelas descobertas da quântica.  Max Planck e Albert Einstein até lhe reverenciaram pela reitrodução do ceticismo, mas criticaram sua teimosa postura em refutar a Teoria Atômica.. A demora generalizada na aceitação da Quântica e da Relatividade é que ensejou a ascenção soviética, a prevalência da astúcia de Mussolini, e abriu caminho, na  própria Alemanha, à fulminante ascenção do também austríaco Adolf Hitler. Coube a Hiroshima e Nagasaki dirimirem  o ceticismo positivista de Mach e seus cometas.
 O empenho
"Mises foi fortemente influenciado pela sociologia de seu amigo Weber, e uma parte significativa de seu pensamento consiste em modificações e críticas de pontos de vista de Weber." Epistemologia Mises  O austríaco escreveu sua magnus opera  intitulando-lhe  Nationalokonomie; a qual revisada e ampliada no Eua tomou o título de Ação Humana (Human Action 1949.)  Seu aluno Murray N. Rothbard considera esta obra como sendo "a maior façanha de Mises e um dos produtos mais primorosos da mente humana em nosso século. É a economia em toda a sua plenitude".
Mises propugnava pela organização espontânea do mecanismo de preços, fato que remete a complexidade de escolhas subjetivas. O natural emaranhado  simplesmente impede a modelagem matemática da sociedade e do mercado. Qualquer projeção se faz improvável. Dessarte a verificação dentro dos critérios empíricos, positivistas estava completamente fora de cogitação. 
O surgimento desse trabalho foi o ponto crucial de toda a história da Escola Austríaca, e permanece emblemático - tratado econômico que define o padrão. O arcabouço austríaco, tanto quanto na Europa, não mereceu atenção do meio econômico norteamericano.  Roosevelt já havia procedido a radical guinada ao keynesianismo, forte para enfrentar o anunciado colapso do capitalismo, e para colocar a Nação rumo à guerra.
Nos Estados Unidos, por exemplo, jamais houve resistência real contra a imposição de esmagadores fardos financeiros durante a última década ou contra uma legislação trabalhista que é incompatível com uma administração eficiente da indústria. O imposto sobre rendimentos regular, direto e progressivo é um subproduto do welfare state: ele passou a existir ao mesmo tempo em que este foi justificado como necessário para financiar os grandes gastos que os serviços sociais demandavam. JOSEPH ALOIS SCHUMPETER (Třešť, 1883Taconic, 1950, p. 201)
"Entre 1924 e 1929, portanto em apenas cinco anos, os Estados Unidos havia destinado, nada menos do que 30 bilhões de dólares a Berlim." (LEVENSON: 351) "Em 1929, as despesas federais para todos os bens e serviços montavam a 3,5 milhões de dólares; em 1939, eram de 12,5 bilhões." (Galbraith, 1968: 251) “O Führer era idolatrado não somente em sua terra natal; tinha adeptos em número considerável de americanos barulhentos e vociferantes.” (BRIAN,  Einstein, a ciência da vida: 329) "O welfare state não se originou de um projeto socialista, mas tornou-se cada vez mais atraído para a órbita do socialismo, pelo menos o de tipo reformista." (GIDDENS, 1996:170)  .Em 1999, a revista Time reconheceu em Keynes uma das cem pessoas mais influentes do século XX, mercê de "sua ideia radical de que os governos devem gastar o dinheiro que não têm pode ter salvado o capitalismo".(Wikipédia)
A gradual descoberta de Keynes e a influência de Mannheim ajudavam a legitimar, no ocidente, as idéias de planejamento que pareciam dar tanto resultado nos planos qüinqüenais da União Soviética, e começavam a ser difundidas pelos programas de assistência técnica das Nações Unidas. www.anpocs.org.br/portal/publicacoes/rbcs_00_05/rbcs05_03.htm
Muitas das reformas da década de 1930 permanecem entranhadas nas políticas atuais: distribuição arbitrária de terras, subvenção de preços e controles de mercado para a agricultura, ampla regulação de títulos privados, intromissão federal sobre as relações entre sindicatos e empregadores, governo fazendo empréstimos e atividades seguradoras, o salário mínimo, seguro-desemprego nacional, Previdência Social e pagamentos assistencialistas, produção e venda de energia elétrica pelo governo federal, papel-moeda de curso forçado - a lista é infindável.Robert Higgs
"Os fascistas, nazistas e militaristas de todos os tipos, simplesmente adotaram o keynesianismo sem discussão."
Contra o ambiente intelectual então prevalecente, e dando provas de uma extraordinária coragem, Hayek defendeu em 'O Caminho para a Servidão' que os totalitarismos de esquerda e de direita têm uma origem intelectual comum, cuja principal característica é a rejeição da tradição liberal do Ocidente. Para Hayek, comunismo e nacional-socialismo são dois produtos de uma mesma atitude intelectual, que gradualmente levou ao abandono dos ideais liberais e da própria tradição assente no respeito pela esfera de autonomia individual que está na base da civilização ocidental. Numa altura em que muito poucos estavam dispostos a reconhecê-lo, Hayek afirmou explicitamente que a ascensão do fascismo e do nazismo, longe de serem reacções à difusão das ideias socialistas eram o seu corolário inevitável. ALVES, André Azevedo,  www.causaliberal.net
"Hayek, de tradição austríaca e aluno de Menger, possuía sério conhecimento e interesse em teorias de sistemas e cibernética, campos de estudo relacionados com complexidade." (GLEISER, I.,:187).
Einstein estendia-lhe perfeitamente a  guarida científica, fato desdenhado pela Escola talvez em função do Grande Relativo proceder da mesma cátedra do maldito colega Mach, ou quiçá por muitas vezes ser tomado socialista.
É necessário impedir as flutuações do valor do dinheiro e, para isto, substituir o padrão-ouro por uma equivalência com base em quantidades determinadas de mercadorias, calcadas sobre as necessidades vitais, como, se não me engano, Keynes já propôs há muito tempo. Pelo emprego deste sistema, poder-se-ia conceder uma certa taxa de inflação ao valor do dinheiro, contanto que se considere o Estado capaz de dar um emprego inteligente àquilo que, para ele, representa um verdadeiro presente. As fraquezas de seu projeto se manifestam, em meu entender, na falta de importância concedida aos motivos psicológicos. O capitalismo suscitou os progressos da produção, mas também os do conhecimento, e não por acaso. Sem dúvida sou pessimista demais a respeito das empresas do Estado ou comunidades semelhantes, mas de modo algum creio nelas.
Mr. Keynes (cit. BODANIS: 228), sem argumento, preferiu taxar o Grande Relativo de "garoto judeu malcriado, sujo de tinta”. Com a desgraça geral, o astuto de Bloombury soube aumentar seu patrimônio pessoal: de 16.315 libras, chegou a 411.238 - equivalentes a 10 milhões de libras em valores atuais - quando morreu. Estamos explicados? 
Apenas nos anos setenta, depois de muits trapalhadas e prejuízos acarretados pelas artimanhas de Keynes, a Escola mereceu a devida atenção
A desordem monetária, produzida pelas intrépidas teses keynesianas, teve como conseqüências a inflação, a desorganização institucional, a diminuição real do lucro e, por conseguinte, o empobrecimento dos assalariados. O investimento social, concebido como uma partilha autoritária da riqueza no nível microeconômico ou como programa estatal financiado com emissões monetárias, só provoca a depressão social. (Mendoza e outros: 128).
As políticas mundiais de crescimento induzido pelo Estado tiveram exatamente o efeito oposto do que pretendiam: tinham aumentado, e não reduzido, o custo da produção de bens e serviços e tinham abaixado, e não aumentado, a capacidade das economias de conseguirem uma produção vendável. SKIDELSKI: 140  
Diante da monstruosa inércia lograda pela locomotiva social o Eua até hoje padece. "Como já chamamos a atenção, o welfare state moderno na verdade coage de várias formas” (PIPES, 2001: 341)
Desde que a guerra contra a pobreza começou em 1965, os governos federal, estaduais e locais gastaram mais de 5,4 trilhões lutando contra a pobreza neste país. Quanto dinheiro vem a ser US$5,4 trilhões? São 70 por cento a mais que o valor do custo da II Guerra Mundial. Com US$5,4 trilhões você pode comprar todas as 500 empresas mais bem-sucedidas, Fortune e todas as terras cultiváveis dos Estados Unidos. Já a taxa de pobreza está realmente mais alta hoje [1996] do que em 1965. (Idem, 328).
O Secretário de Estado Robert S. MacNamara (cit. Gabor: 173),  aclamado Garoto Prodígio do staff  Kennedy/Johnson, ao cabo do descalabro reconheceu - fora apenas moleque: "Fracassamos no tratamento de questões fundamentais, nossa incapacidade de identificá-las não foi reconhecida; e discordâncias enraizadas entre os assessores presidenciais quanto ao caminho a tomar não foram questionadas nem resolvidas."
Em 1983 a conceituada revista Forbes anunciou: a obra compatível com nosso tempo não provinha de Keynes, mas de Schumpeter¹.
 
 A virada - O neoliberalismo
O Governo é grande demais e ele tributa e gasta demais. De todas as crises que afetam os EUA nos anos 90, esta é a principal. Em grande medida, os outros grandes problemas da agenda nacional simplesmente derivam dele, sendo diretamente causados ou agravados pelo nosso governo glutão. Salários estagnados, o sufocado crescimento dos empregos, a violência e a pobreza nas cidades, os altíssimos custos de saúde e educação superior, todos esses problemas estão relacionados ao nosso sempre crescente setor público. Mas em nível mais profundo, o crescimento do governo é o nosso problema mais grave, porque ele agride no coração aquilo que significa ser um norte-americano. À medida que o governo cresceu nas décadas recentes, ele assumiu responsabilidades que antes pertenciam a famílias e comunidades, tornando mais fracas aquelas instituições e tornando-se ele próprio mais forte. Surgiu uma nova classe governante, com gosto pelo poder e apetite por mais poder ainda. Usando uma variedade de meios enganosos, ampliou o alcance do governo para muito além do que seria tolerado pelas gerações anteriores de americanos. Hoje os americanos se encontram tontos diante do imenso ônus governamental que está a serviço de uma elite entrincheirada, elite esta que de vários modos tem a pretensão de ser mais sábia e nobre que os próprios cidadãos americanos. Se ser um norte-americano significa estar livre das exigências injustas de governantes distantes; se significa usar os próprios esforços pessoais para construir um melhor futuro para os filhos, então algo está errado por aqui. A expansão do Governo está ameaçando o Sonho Americano.  (Dep. Fed. Dick Armey, ao propor projeto de lei no Congresso dos Estados Unidos,
A  Escola Austríaca entrava tal qual panacéia,às desastradas políticas sociais:
Com o descrédito de economias inflacionárias, o crédito internacional mudou. Keynes e seu vulgarizado keynesianismo, em moda em 45, foi desacreditado. F.A. Hayek e a Escola Austríaca, e Milton Friedmann e a Escola de Chicago viraram moda. Adam Smith, adaptado por Alfred Marshall, começou a parecer mais relevante que Marx, enquanto adaptado por Lênin. (Johnson: 615)
Em setembro de 1987, vinte cientistas se reuniram no Instituto Santa Fé para discutir 'A Economia como Sistema Complexo Adaptativo'. Dez eram economistas teóricos, convidados por ninguém menos que Kenneth Arrow, um dos economistas mais importantes do século XX e que em 1972 dividiu o prêmio Nobel de economia com Sir John Hicks ². Além de sua contribuição com Debreu para a prova matemática da existência do equilíbrio geral, Arrow também provou que a escolha social, ou de decisão social, não é necessariamente racional por poder transgredir o princípio da transitividade. Arrow percebeu que, antes dele, economistas como Adam Smith, Schumpeter, Hicks, Marshall, Friederich Hayek e outros haviam entendido as implicações de fenômenos complexos para a economia, mas não possuíam o instrumental necessário para estudá-los formalmente.

Evidenciava-se claramente que as utopias coletivistas nos reduziam a condições de absoluta servidão, ainda mais submissos do que animais inferiores. Em seguida os russos perceberam a artimanha pela qual foram envoltos, e o mundo assistiu a especacular e surpreendente implosão do muro soviético.
Há programas de Doutorado em Economia Austríaca na New York University, na Auburn University (Alabama) e na George Mason University (Fairfax, Virginia). Mises Institute foi fundado em Auburn, concentrando-se, no momento, no desenvolvimento da compreensão do livre mercado. O Mises Institute planeja publicar um Journal of Austrian Economics (Revista de Economia Austríaca), editado por Murray Rothbard e Walter Block. A George Mason University tem um Centro de Estudos de Processos de Mercado (além do Centro de Escolha Pública, que se transferiu da Virginia Polytechnic Institute. Ele publica um informativo a cada dois anos, contendo notícias de publicações e críticas de livros e de conferências.
Atualidade 
O fascismo e o comunismo se dissiparam. Marx e Keynes perderam créditos e citações. A Escola Austríaca se fez reverenciada, e mesmo adotada em vários países,  mas não conseguiu convencer. Chega a ser ofensivo taxar uma poítica de neoliberal. Soa tal qual punguista. Por qual razão seu potente farol em vez de ilumninar tornou tudo ainda mais sombrio, e confuso? 

O gap da Escola Austríaca

 Notas
1. Schumpeter formou-se na Universidade de Viena e foi aluno de Eugen Böhm-Bawerk, precursor da escola econômica austríaca. Schumpeter seguiu, ainda que de maneira incompleta, a teoria austríaca, dando ênfase às ações inovadoras dos empresários no mercado, criadoras de novos bens e novas tecnologias, num de scarte dos bens e processos antigos, denominado por ele de “destruição criadora”, essenciais ao desenvolvimento econômico sustentado (Teoria do Desenvolvimento Econômico).
O tcheco-austríaco pode ser apreciado em dois distintos momentos. Na juventude Schumpeter erigiu A natureza e a essência da economia teórica, (1908), e Teoria do desenvolvimento econômico (TDE) (1911). Na segunda fase destacam-se Capitalismo, socialismo e democracia, (1942), Ciclos econômicos, (1939), e História da análise econômica, (1954), publicado postumamente. Em Capitalism, Socialism and Democracy Schumpeter demonstra a superioridade dos mercados sobre o planejamento central. Ele se opunha frontalmente às táticas fascistas e marxistas:

Temos assim, fundamentalmente, duas e somente duas classes: a dos proprietários ou capitalistas e a dos que nada possuem e são compelidos a vender seu trabalho, a classe trabalhadora ou proletariado. A existência de grupos intermediários, tais como os formados por agricultores e artesãos, que empregam trabalhadores, mas também executam trabalho manual, pelos empregados no comércio e pelos profissionais liberais não é naturalmente negada. Mas tais grupos são tratados como anomalias, que tendem a desaparecer no decorrer do processo capitalista. As duas classes fundamentais são, em virtude da lógica de suas posições e inteiramente fora da vontade dos indivíduos, essencialmente, antagônicas. A própria natureza das relações da classe capitalista e do proletariado é de luta, isto é, de guerra de classes.
Ele considerava um dos principais equívocos de Keynes a idéia de que a Grande Depressão havia sido causada por mecanismos intrínsecos ao capitalismo, e não pelo confuso sistema bancário norte-americano. Para Christopher Hitchens, Schumpeter era ‘um socialista instintivo’. Talvez por isso, sequer foi considerado:

O sucesso de Keynes foi tão devastador que a teoria econômica de Schumpeter foi pouco notada em sua época. Durante os anos 20 e 30, Keynes recebeu 200 citações em artigos publicados por outros cientistas, ficando em primeiro lugar. Já Schumpeter, no mesmo período, recebeu somente 22, ficando em 18º na classificação. Gleiser, I: 171
O ardil do New Deal veio a confirmar a empulhação:
2. O. economista  britânico John Hick nasceu em Leamington Spa, Warwickshire, para abiscoitar o prêmio Nobel de Economia em 1972. Dedicou-se para demonstrar que o estado de bem estar social pode ser persehuidop através do equilíbrio econômico natural. Hick dividiu seus méritos com Kenneth Joseph Arrow. educado no Clifton College (1917-1922) e no Balliol College, Oxford (1922-1926), onde estudou essencialmente matemática, mas também literatura e história, para ser professor na University of Manchester (1938-1946), , retornando para Oxford (1946), inicialmente com um research fellow do Nuffield College (1946-1952), depois como Drummond Professor de Political Economy (1952-1965) e finalmente como um research fellow do All Souls College (1965-1971). Joseph Arrow. foi o autor de várias obras importantes, dentre as quais se destacam Value and Capital (1938), Capital and Growth (1965) e A Theory of Economic History (1969). De um modo geral, pesquisou os seguintes assuntos em sua profícua carreira: a) expectativas, equilíbrio e desequilíbrio; b) preços fixados e a teoria dos mercados; c) dinâmica: mudanças, flutuações e crescimento; d) trabalho, produção e substituição; e) capital e acumulação; f) moedas, finanças e liquidez; g) Keynes e economia keynesiana; h) causalidade econômica: circunstâncias e explicações; e i) história econômica. Entre suas muitas honrarias foi Fellow da British Academy (1942), membro estrangeiro da Royal Swedish Academy (1948) da Accademia dei Lincei, Itália (1952) e da American Academy (1958). Foi President of the Royal Economic Society (1960-1962) e tornou-se cavaleiro (1964). Recebeu também vários títulos honorários e morreu em Blockley, Gloucestershire. http://nobelprize.org/
Férias na Áustria - O Guia Turístico Oficial 

Um comentário:

  1. A Representação Regional Sul do Ministério da Cultura promove dia 09 de agosto, às 14h e 30min, no Teatro Túlio Piva, Rua da República, 575, em Porto Alegre, o evento ‘Encontros com o Ministério da Cultura’, com a secretária de Economia Criativa, Cláudia Leitão para um diálogo com a cadeia produtiva da cultura. O objetivo é apresentar as políticas públicas para a área que está com uma nova estrutura dentro do ministério, voltada para a capacitação técnica e de gestão dos profissionais criativos, principalmente nas regiões com menor desenvolvimento econômico no país e o aumento nas linhas de crédito oficiais para fomentar os empreendimentos criativos. A economia criativa tem se destacado como ponto estratégico, seja através da geração de trabalho, emprego e renda, seja por meio da promoção da inclusão social, da diversidade cultural e do desenvolvimento humano. O evento contará com a presença de Margarete Moraes, representante da Regional Sul do Ministério da Cultura. margarete.moraes@cultura.gov.br

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