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Brasil repete retórica sindicalista perante a ONU
Tanto quanto somos obrigados a assistir rosários de mirabolâncias e iniquidades no horário
eleitoral, na sofrível performance de desqualificados brasileiros, os líderes e mais qualificados intelectuais das nações mais uma vez sacrificaram a paciência na abertura da Assembléia Geral da ONU ouvindo a intempestiva cantilena da representante-mor dos desqualificados.
A presidente abriu a Assembleia Geral da ONU e deu uma bronca nos países
ricos. Disse que eles têm de dar mais estímulos, não só austeridade.
Citou o Brasil como exemplo, mas os números mostram que o país não é:
este é um ano de baixo crescimento e a inflação está num nível que
nenhum país desenvolvido aceitaria. notícias da semana
A dialética, a animosidade costumeiramente exposta pela plêiade visa camuflar a mediocridade de suas gestões. É certo que a artimanha argumentativa ainda logra algum êxito no meio doméstico, sobretudo porque coberta por suspeitos índices de aceitação, e de resto entre (algumas) nações
subdesenvolvidas; mas é profundamente lamentável que o costume de culpar
estrangeiros por nossas mazelas ainda seja a única receita, refrão da
sofreguidão. Pior ainda por se tratar de apanágio, cujo flagrante
motivo já se faz evidente até mesmo entre compatriotas, que dirá entre
mentes bem mais desenvolvidas.
Se tudo seguir o curso normal, a indústria brasileira estará mais fraca
do que hoje, quando o mundo sair da crise. Se caprichar um pouco mais, o
governo poderá abalar também o agronegócio, o segmento mais competitivo
da economia nacional. A culpa, como nos bons tempos, será das potências
estrangeiras. Esse discurso faz sucesso de novo. Economia sentimental
Rolf Kuntz
Não faz muito tempo nossa destemida
presidente suplicou por vagas nas universidades americanas, não se
furtando em fazer visitas a diversos campus. Não tenho idéia que tipo de retribuição poderíamos oferecer em troca do enorme manancial de conhecimento pleiteado junto ao colosso, mas o Eua prontamente abriu as portas de seus melhores educandários e universidades a nossa gente. No entanto, através da ONU, S. Exa se arvora em querer ditar a política econõmica, social e internacional do mais exitoso país da face da Terra, de todos os tempos, não se dando conta do seu inditoso papel. Dilma não mediu palavras ao acusar o Eua de "usar a expansão monetária de forma espúria, prejudicando os países pobres." A desnecessária adjetivação equivale a taxar a atitude bastarda, nada menos do que isso. Desemprego nos EUA chega a 7,8%, menor nível em três anos
Eis a resposta que levou publicamente do FMI. em Tóquio: "As economias emergentes deveriam preservar ou flexibilizar suas
políticas como corresponder para facilitar uma resposta aos golpes
adversos e apoiar o crescimento."
Dilma prima por distorcer a verdade, para justificar atos ainda menos recomendáveis. Como "represália' ao quadro pela presidente pintado o Brasil eleva as tarifas alfandegárias a patamares quase impeditivos ao comércio internacional, "medida que se impõe para preservar empregos e empresas nacionais" frente à situação cambial provocada pelo gigante. Nada de novo no front:
O governo continua agindo de forma improvisada,
criando ou ampliando barreiras e, ao mesmo tempo, tomando medidas de
alívio fiscal para setores selecionados. Nada se tem feito para tornar
mais eficiente o conjunto da economia. Estratégia de longo prazo requer
medidas politicamente complicadas, empenho, disposição para trabalhar e
muita paciência para negociar com parlamentares e governadores. Nenhuma
dessas virtudes tem sido exibida pelo governo federal nos últimos nove
anos. Editorial do jornal Estado de São Paulo, 27/03/2012
O presidente do banco central dos Estados Unidos (Federal Reserve), Ben Bernanke, contudo, assegura que as medidas do BC não prejudicam o
valor do dólar, posto como objetivo justamente fortalecê-lo.: "Não vejo
nenhuma inconsistência entre nossas decisões e a manutenção do dólar
forte". "Reparem: se tudo correr bem, as famílias americanas vão torrar algo como
US$ 10 trilhões neste ano. Comprando casas, como espera o Fed, pagando
serviços, mas também importando mercadorias do mundo todo, inclusive do
Brasil." (Os dólares do ‘seu’ Jacques. E os de Dilma) De qualquer sorte, a modulação do valor nominal do dólar é de competência e responsabilidade exclusiva do governo norteamericano,, do mesmo modo que o Real cabe ao Brasil calibrar, sendo bizarra qualquer crítica estrangeira. O mesmo não ocorre, todavia, com o comércio internacional, praticado por empresas, e não por governos, fato que per se demonstra o caráter deletério de qualquer interferência governamental, ainda mais como retaliação. "A política econômica do governo Dilma, que pretendia graus cada vez
maiores de flexibilização, apresenta agora vários pontos novos de
rigidez e de estrangulamento." (Engessamento) “A justiça do trabalho acha que o empresário é explorador de mão de
obra. O aparato tributário e fiscal acha que ele é sonegador”, (Pouco a comemorar no Dia da Pequena Empresa: Tributação asfixia empresário)
Superávit comercial em setembro cai 31,8% ante o mesmo período de 2011
A política comercial brasileira parece ter pelo menos três patronos: o
Barão de Itararé, Stanislaw Ponte Preta e Nelson Rodrigues. É uma
mistura do Febeapá, de Ponte Preta (o 'festival de besteiras que assola o
País'), com o 'de onde menos se espera, é daí mesmo que não sai nada',
de Itararé, gerando as 'lágrimas de esguicho', de Nelson Rodrigues.
Política comercial deplorável
Além de mais uma vez S. Exa. revelar
plena inaptidão diplomática, olvida que, diferentemente do que acontece com nosso petit e hermético comitè,
a política monetária norteamericana jamais pode ser exercida pelo Executivo sem a anuência do Capitólio. De fato, o câmbio tem prejudicado sobremanera a economia do Brasil - provavelmente mais do que em qualquer época anterior. Isto se deve, contudo, exclusivamente ao próprio governo brasileiro, que mantém uma valorização fictícia do real, às custas de um enxugamento monetário nunca antes experimentado neste país. A circulação da moeda nacional é restringida ao máximo, com diversos expedientes, aí sim, espúrios, bastardos, safados. Em primeiro plano desponta a retirada de uns trinta por cento dos depósitos bancários a título de depósito compulsório, estocando-os em dolar sob a rubrica de "Fundo Soberano". Agiria o Eua dessa maneira? Tio Sam compraria o Real, ou mesmo o Euro para manter a valorização do Dólar? Divertido, não? Somando-se a maior taxa de juros de mundo, e os mais altos impostos do mundo, temos aí uma escassez monetária que eleva o valor nominal do Real .O peso dos impostos
Todas essas manobras são do conhecimento público, de modo que o Eua tem bem presente que a reclamação brasileira é por completo descabida. Onde está o dinheiro?
Vimos o excelente negócio que realizam as corporações privadas ao
investirem em campanhas políticas. Investimento de alta rentabilidade. E
vimos como rende obter do governo uma gigantesca fonte de
transferências chamada Selic, ancorada numa instituição legal chamada
Conselho Monetário, e com uma proteção ética de ganhar tanto dinheiro em
nome de se proteger o povo da inflação. As melhores apropriações se
fazem com elevado espírito ético. Estamos falando aqui em algumas
centenas de bilhões de reais desviados do processo produtivo. Volumes de
deixar pálido qualquer jurista, sobretudo se lembrar do capítulo da
Constituição sobre a ordem econômica e financeira. A taxa Selic explicada a nós, os otários
"O país que está listado em 152º lugar no ranking do Banco Mundial por seu desajeitado e pesado sistema de impostos está dando conselhos sobre impostos restritivos e políticas cambiais." (Financial Times) Por que a Coca-Cola e o litro de leite no Brasil custam mais em Belo
Horizonte do que em Miami, onde a renda média é 328% maior que a da
Grande BH? E como o pão por aqui consegue ser mais caro do que em
Moscou, cidade onde o custo de vida é reconhecidamente alto? O Big Mac
em BH também é mais caro do que em Hong Kong.” (Presidente do IBPT critica concentração de impostos no consumo)
Os impostos no Brasil - com uma
gigantesca carga tributária indireta, embutida nos preços de toda a
cadeia produtiva, o que gera impostos em cascata - são ainda maiores
que aqueles que Obama planeja implementar. O intervencionismo estatal
no país é verdadeiramente horrendo. ROCWELL, Lew, As ideias são mais poderosas que exércitos.
Se o Brasil entende que o dólar está desvalorizado, ou seja, que o real está por demais valorizado, basta devolver à produção a apropriação indébita do montante extraído a manu militaire sobre os depósitos mencionados.
O protesto da dona Dilma faz os americanos rirem, como riem do avestruz que,
escondendo a cabeça, supõe-se inacessível à visão do predador.
A presidente da República está longe de ser a única a dar aulas de “boa
governança”, como se diz hoje, aos países ricos – e só a eles, claro,
porque dar conselho a país pobre não tem graça nenhuma. O que há em
comum entre eles é que pouco ou nada de útil resulta de todo o seu
palavrório pelo mundo afora. Aulas para o mundo’, um artigo de J. R. Guzzo
As contas da estagnação
Mas seria a Assembléia Geral da ONU o forum, o momento adequado a protestos comerciais especificamente contra o Eua? Evidentemente, não. O mundo passa por perigosas instabilidades - a convulsão européia, a revolta árabe, os impasses entre Taiwan, China e Japão, a conduta tirana da Rússia perante satélites ainda cativos, e mesmo a infindável miséria africana, terreno propício a cruéis governantes. O Brasil, ao invés de se colocar em interação solidária com as intempéries, prefere tentar carrear a simpatia da maioria das centenas de nações atacando a mais rica - como se aquela riqueza fosse fruto de pilhagem ou exploração dos pobres - velho ranço marxista que levou o mundo à mais completa insanidade durante todo o século recém findo. Os fatos sepultam a chance de êxito do discurso. São raros os chefes-de-estado que apelam à falácia. Primeiro foi a U.R.S.S. a condenar o capitalismo, promotor da "desigualdade social". Lenin, Stalin e os seguidores se encarregaram de tornar todos iguais, impedindo qualquer um de progredir. Por ocasião da II Guerra foi-lhe dada uma chance de ombrear, pelo menos aprender com a sociedade mais civilizada com quem foi vitoriosa. O que vimos? O crescimento da hostilidade, a ponto de manter o mundo em suspense por quase meio século. Puro blefe.Como o Brasil viu o mundo à beira do abismo nuclear, em outubro de 1962
E veio Cuba, paradisíaco logradouro turístico, transformado em reduto de treinamento de guerrilha. O que se vê? Até mesmo as tão apreciadas medalhas olímpicas trocaram de mãos.
Havana recentemente passou Bangcoc como “capital do sexo infantil no
mundo”. Possui ainda as maiores taxas de suicídio e aborto da região,
fruto da miséria e do desespero. Isso apesar dos mais de US$ 100 bilhões
de subsídios que a antiga União Soviética mandou para Fidel. Chávez
assumiu a mesada, mas fica tudo concentrado na “nomenklatura” escolhida
pelo Líder Máximo. Castroländia
Rodrigo Constantino
De outro lado vemos Chile, Colômbia, e Uruguai em vôo de brigadeiro, escudeiros da águia. Un legado de libertad: Milton Friedman en Chile O que diverge, o contraste entre os países ricos e os pobres pode ser aferido pels certeiras escolhas políticas, sociais e econômicas na trajetória daqueles, e pela estupidez desses. Os pobres tem chance de melhorarem seu padrão associando-se aos ricos, não lhes hostilizando, por certo critério que levou nossa presidente a solicitar vagas acadêmicas não apenas no Eua, mas agora também no Reino Unido. Consciência da mediocridade ou mais um rasgo de falsa humildade, à contemplar demagogia de pelego? Pelos dados e carências bem se pode supor o valor que se dá à formação dos cidadãos: Professor brasileiro é um dos mais mal pagos do mundo
Deputado Tiririca quer criar 'Vale-Livro' e 'Bolsa-Alfabetização'
Do mal paranóico-protecionista sói padecer até mesmo a França;
Estamos sofrendo a intolerável
concorrência de um rival estrangeiro que, ao que parece, se beneficia
de condições muito superiores às nossas para a produção de luz, com a
qual ele inunda completamente o nosso mercado nacional a um preço
fabulosamente baixo. No momento em que ele surge, as nossas vendas
cessam, todos os consumidores recorrem a ele, e um ramo da indústria
francesa, cujas ramificações são inumeráveis, é subitamente atingido
pela mais completa estagnação. Este rival, que vem a ser ninguém menos
que o sol, faz-nos uma concorrência tão impiedosa, que suspeitamos ser
incitado pela pérfida Inglaterra (boa diplomacia nos tempos que
correm!), visto que tem por aquela esnobe ilha uma condescendência que
se dispensa de ter para conosco. Pedimos-vos encarecidamente, pois, a
gentileza de criardes uma lei que ordene o fechamento de todas as
janelas, clarabóias, frestas, gelosias, portadas, cortinas, persianas,
postigos e olhos-de-boi; numa palavra, de todas as aberturas, buracos,
fendas e fissuras pelas quais a luz do sol tem o costume de penetrar
nas casas, para prejuízo das meritórias indústrias de que nos
orgulhamos de ter dotado o país - um país que, por gratidão, não
poderia abandonar-nos hoje a uma luta tão desigual .BASTIAT, Frédéric
O que me pareceu mais evidente, contudo, é a preocupação de nossa presidente em justificar o
protecionismo não àquelas nações, posto as grandes já se acostumaram
com medidas restritivas dos subdesenvolvidos, ou então que não mantém
linhas comerciais de grande importãncia com o Brasil, mas internamente, vez que as chamadas tarifas alfandegárias significam ainda mais
impostos às empresas e aos cidadãos brasileiros. As barreiras, por setoriais, parecem reservar mercado àqueles contribuintes do caixa 2, os 'investidores de campanha', isto sim, às custas de todos nós:
Políticas baseadas em favores fiscais
para setores selecionados e muito protecionismo continuam sendo a regra.
O governo classifica esse jogo como política industrial. De vez em
quando as autoridades, como se cumprissem um ritual, mencionam a busca
da competitividade como um de seus objetivos. Mas a prática mostra algo
muito diferente. O enfoque setorial continua dominante e a lista dos
beneficiados simplesmente se amplia de acordo com o poder de pressão dos
vários grupos. As chamadas políticas horizontais - dirigidas para o
conjunto da economia - continuam quase totalmente ignoradas. O 'pas de deux' da economia
Isto é o que tem levado o país a apresentar um PIB cada vez menor, a ponto de se vaticinarem índices até mesmo negativos para o vindouro. De qualquer sorte, a palavra de nossa presidente gerou um desconforto, uma antipatia de tal modo generalizada que vários países da Europa, Austrália, Eua e Japão articulam uma ação conjunta para colocar o Brasil nos eixos. O Itamaraty não vê problemas nas críticas e se dispõe a esclarecer.
"Vemos com muita tranquilidade esses questionamentos. As decisões
brasileiras foram tomadas no rigoroso cumprimento das regras da OMC",
disse o porta-voz do Itamaraty, embaixador Tovar Nunes. "Não temos
dificuldades em explicar." Para o Itamaraty, nos dois casos que serão questionados, a decisão do
governo é justificável pela necessidade de desenvolvimento da indústria
nacional." É de se procurar esta "indústria nacional", posto o país ser dominado por multinacionais.na verdade o governo desde há muito o governo não tem o menor compromisso com a produção, mas sim com a especulação, com aumento de arrecadação;
Se necessário, se as entradas de fluxos forem ainda mais fortes, nós
temos (a opção) de impostos de capital de curto prazo que podem (ser
introduzidos), disse Mantega a repórteres durante conferência
organizada pela revista britânica The Economist em Londres. Nós adotaremos novas medidas em termos de taxação de operações financeiras, acrescentou.
Sequer com todo o marketing empregado, os trombeteiros já não encontram a menor credibilidade entre os povos: "A relevância do Brasil na arena internacional é menor na prática do que sugere sua presença na mídia internacional." (Iliana Olivé, pesquisadora do think tank espanhol Real Instituto Elcano http://exame.abril.com.br/rede-de-blogs/instituto-millenium/)
Tenho a impressão que a contumácia em discursar sobre o sexo dos anjos, enquanto o mundo arde em chamas, levará o Brasil a perder a prerrogativa, o privilégio de abrir o mais importante conclave das Nações Unidas.
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