quarta-feira, 3 de agosto de 2011

A Escola Austríaca de Economia frente a Locke & Smith



O homem tem condições de agir porque tem a capacidade de descobrir relações causais que determinam mudanças e transformações no universo.  Ação requer e pressupõe a existência da causalidade.  Só pode agir o homem que percebe o mundo à luz da causalidade.  Neste sentido é que podemos dizer que a causalidade é um requisito da ação.  A categoria meios e fins pressupõe a categoria causa e efeito.  Em um mundo sem causalidade e sem a regularidade dos fenômenos, não haveria campo para o raciocínio humano nem para a ação humana.  Um mundo assim seria um caos no qual o homem estaria perdido e não encontraria orientação ou guia.  O homem nem sequer é capaz de imaginar um universo caótico de tal ordem.  O homem não pode agir onde não percebe nenhuma relação causal. Mises, L., Ação Humana, p. 47
O homem pode e deve perceber a relação caótica, posta desprovida da hierarquia metafisica, porém dona de uma ordem que nenhum ser humano é capaz de dispor.
O princípio da casualidade, antes considerado o fundamento incontestável de toda interpretação dos fenômenos naturais, revelou-se um referencial estreito demais para abarcar as regularidades singulares que regem os processos atômicos individuais.
BOHR, N., Física atômica e conhecimento humano: 30
A cientista da Nasa, BARBARA A. BRENNAM ((p.43) Master em Física Atmosférica na Wisconsin University, bem poderia compreender a relação de causa/efeito em voga no XIX:   
A mecânica newtoniana descreveu com êxito os movimentos dos planetas, das máquinas mecânicas e dos fluidos em movimento contínuo. O enorme sucesso do modelo mecanicista levou os físicos do século XIX a acreditarem que o universo, com efeito, era um imenso sistema mecânico que funcionava de acordo com as leis básicas da natureza. Considerava-se a mecânica newtoniana a teoria definitiva dos fenômenos naturais.Tudo podia ser descrito objetivamente. Todas as reações físicas tinham uma causa física, como bolas que se chocam numa mesa de bilhar.
A premissa, a salvaguarda da Escola Austríaca, frise-se a bem da verdade, enseja e até requer trilhas diversas a esta proposta mecanicista, determinista, que precipitava todas as ciências:
Contrariamente à posição positivista da economia convencional - que defende que todas as teorias econômicas devem levar a previsões que podem ser testadas (ou seja, refutáveis) -, Ludwig von Mises acreditava que os teoremas econômicos só poderiam ser válidos se fossem deduzidos do axioma "os humanos agem".  A praxeologia, por outro lado, lida com as implicações lógicas do fato de que as pessoas têm objetivos (fins) e agem para atingi-los.  Por causa dessa diferença, pode ser inteiramente apropriado para os psicólogos testarem experimentalmente suas hipóteses, ao passo que seria um enorme equívoco se os economistas passassem a imitar o método utilizado pela física.  Da perspectiva austríaca, copiar os métodos da física significa deturpar completamente a natureza e o propósito da teoria econômica. Psicologia versus Praxeologia  
A Física vigente à época de Mises atingiu seu ápice, e início de seu descrédito justamente por ser  pautada, por ter obssessão pela Lógica. "O Círculo de Viena que se empenhou em encontrar respostas... O conjunto das suas reflexões, que ficou na história com o nome de 'positivismo lógico', saldou-se num tremendo fracasso."  ( A.  J. B. Veloso, À cerca da pós-modernidade. http://cfcul.fc.ul.pt/equipa)
Chegamos a uma situação que envolve uma imagem diferente da natureza e, portanto, também da ciência. Não acreditamos mais na imagem do mundo como uma imensa peça de relojoaria. Chegamos ao fim das certezas. Estava implícita na visão clássica da natureza a idéia de que, sob condições bem definidas, um sistema seguiria um curso único e de que uma pequena mudança nos parâmetros produziria igualmente uma pequena mudança nos resultados. Hoje sabemos que isso só é verdade no caso de situações simplificadas e idealizadas. MAYOR: 12
Dessarte emendou-se a mater. À já batizada Austríaca, contudo, nada disso vem ao caso, sequer para corroborar a sua praxeologia. Ela se considera a priori; ainda que tecida sobre as costas de Platão - portanto, a posteriori.. En passant, a Teoria do Caos tem tudo a ver com a basilar postulação de Mises, com o relativismo de governo eleito pelo povo e alicerçado nos tres poderes, e  com a  intuição da Mão Invisível, de Adam Smith. .
A teoria do caos não só fornece uma explicação para as flutuações de uma economia de mercado, mas também demonstra que o Estado não tem o conhecimento necessário para adotar as medidas anticíclicas corretas. Na medida em que é extremamente baixa a probabilidade de se alcançar um estado final desejado em um mundo caótico, é difícil enxergar como o governo poderia especificar uma política para atingir esse objetivo, a não ser por acaso. Rosser, J.B. Jr., Chaos Theory and New Keynesian Economics, The Manchester School, Vol. 58, n. 3: 265-291, 1990; cit. Parker e Stacey: 95
A relação apreciada à luz de velas era fruto da imaginação, e aviltada pelo medo. Em  cima dessas nuvens tudo o mais se arranjou.
Outro exemplo de Ser Positivo é o 'Deus Organizador', em que a divindade (ou divindades) exerce o papel de controlador da oposição primordial entre Ordem e Caos. O Caos representa o Mal, a desordem, e é simbolizado em vários mitos por monstros como serpentes ou dragões, ou simplesmente deuses maléficos que lutam contra outros deuses em batalhas cósmicas relatadas muitas vezes em textos épicos, como no caso do Eubuma elis dos babilônios. GLEISER, MARCELO, A Dança do Universo Dos Mitos de Criação ao Big-Bang: 31
E no meio repousa o Sol. Com efeito, quem poderia no templo esplêndido colocar essa luminária num melhor lugar do que aquele donde pode iluminar tudo ao mesmo tempo? Em verdade, não foi impropriamente que alguns lhe chamaram a pupila do mundo, outros o Espírito, outros ainda o seu reitor. COPÉRNICO cit. CHATÊLET: 49
Embora o Sol jamais repouse, e ilumine apenas o seu sistema, o Deus Organizador continua  balizando o pensamento da Escola Austríaca de Economia:
.Antropolgía filosófica cristiana y economía de mercado pdfIcon

A pré-história da Escola Austríaca de economia pode ser encontrada nos trabalhos dos escolásticos espanhóis, escritos no período que ficou conhecido como "Século Dourado Espanhol", que vai de meados do século XVI até o fim do século XVII. [1] Quem eram esses intelectuais espanhóis precursores da Escola Austríaca de economia? A maioria deles eram escolásticos que lecionavam ética e teologia na Universidade de Salamanca, na medieval cidade espanhola que fica a 240 quilômetros a noroeste de Madrid, perto da fronteira entre Espanha e Portugal. Esses escolásticos, em sua maioria dominicanos e jesuítas, articularam a tradição subjetivista, dinâmica e libertária na qual, duzentos e cinqüenta anos depois, Carl Menger e seus seguidores se basearam, dando-lhe grande importância. Leoni conheceu Hayek nos anos 1950, e convenceu-o de que as raízes intelectuais do liberalismo econômico clássico eram européias e católicas, e deveriam ser procuradas na Europa Mediterrânea, e não na Escócia. A Influência dos Escolásticos Espanhóis
Se Adam Smith criou a ciência econômica, então seus predecessores devem ser nulidades, homens sem nenhuma significância.  E foi assim que, nas clássicas descrições do pensamento econômico, não se perdeu tempo falando de ninguém que tenha tido o infortúnio de preceder Smith.  Geralmente, esses negligenciados eram agrupados em duas categorias, e então bruscamente rejeitados. A ressurreição do ricardianismo feita por John Stuart Mill, filho de James Mill, pode ser interpretada como sua pietista devoção à memória de seu dominante pai, e a banalização feita por Alfred Marshall das percepções austríacas, as quais ele incluiu em seu próprio esquema neo-ricardiano, também adveio de um neo-calvinista altamente moralista e evangelista. Sendo assim, o enfoque tanto nos países católicos quanto no pensamento escolástico se tornou muito diferente do enfoque calvinista.  O enfoque escolástico estava no consumo, o consumidor, como o objetivo final do trabalho e da produção.  O trabalho não era um bem em si mesmo, mas apenas um meio de se possibilitar o consumo no mercado. A tradição britânica, ao contrário, a começar pelo próprio Smith, era calvinista, e refletia a ênfase calvinista no trabalho duro e exaustivo como sendo não apenas algo bom, mas também um grande bem em si mesmo, ao passo que o prazer oriundo do consumo é, na melhor das hipóteses, um mal necessário, um mero requisito para se dar continuidade ao trabalho e à produção. O papel crucial da religião no desenvolvimento da ciência econômica
O engraçado é a metafísica do trabalho apontar ao consumidor. Isso tem mais a ver com o epicurismo, arqui-rival platônico. Smith não estava de todo errado. O trabalho dignifica o homem, ao tempo em que forma e enriquece a matéria ao próprio artesão, ou a quem  eleger. O fundamento do materialismo dialético, e do cristianismo - a excessiva ênfase ao trabalho e preocupação com sua mais valia  - também constitui um calcanhar-de-aquiles à Escola Austríaca: :
Trata-se, enfim, - e é nisso que o liberalismo mais merece o nome de filosofia, - de certa filosofia do conhecimento e da verdade. Em reação contra o método da autoridade, o liberalismo acredita na descoberta progressiva da verdade pela razão individual. Fundamentalmente racionalista, ele se opõe ao jugo da autoridade, ao respeito cego pelo passado, ao império do preconceito, assim como os impulsos do instinto. Trata-se de grave erro ver o liberalismo apenas em suas aplicações na produção, no trabalho, nas relações entre o produtor e consumidor. RÈMOND. R. : 26
Locke (cit. SABINE: 521) postulou um axioma social que nem mesmo Marx foi capaz de divisar:  “O homem tem direito natural as coisas com as quais 'misturou' o trabalho do seu corpo, tais como, por exemplo, cercar e lavrar a terra.”  Ao dispender nos objetos sua energia, ou mesmo captá-la, o trabalhador os transforma em partes de si mesmo, e assim pode oferecer  a matéria enriquecida com a energia empregada ao meio que o acolhe:
A comunidade fala-lhe com uma mesma voz, mas cada indivíduo fala partindo de um ponto de vista diferente; no entanto, estes pontos de vista estão em relação com a actividade social cooperativa e o indivíduo, ao assumir sua posição, encontra-se implicado, devido ao próprio carácter da sua resposta, nas respostas dos outros. HERBERT, A filosofia do ato: 153; cit. ABBAGNANO: 29
Esta questão do trabalho surge com ´primaz importância à espiritualidade, em primeiro plano, e obtém ainda maior relevância com os artífices socialistas porque ambos vislumbram castigo, demérito.  No Paraíso não havia discordância, que dirá algum confronto. Ninguém falava em dialética.  Depois da maçã, em lugar da folha vestimos macacão numerado, tecido com listas horizontais em preto-e-branco.  A pena veio estipulada pelo latido, digo latim, sorry, quiçá língua nativa. Tripaliare significava tortura realizada com o instrumento chamado tripalium. “Para os católicos, o trabalho é uma sentença condenatória, como reafirma a Rerum Novarum, em 1891.” ( DE MASI, D.: 47). Pela religião, portanto, não tem nada a ver algum desejo de consumidor, muito menos a realização do trabalhador, mas porque assim quer o Capitalista-mor, o Proprietário do Paraíso: .“Na concepção cristã, o trabalho representava o pagamento do pecado, um ato de expiação que sugere necessidade, aflição e miséria.” (ROHMANN, C: 122) 
Já que a espiritualidade elegera o trabalho como castigo, portanto decisivo, ao marxismo bem cabia uma preocupação igual e contrária, até para equilibrar as inevitáveis injustiças. Então o pessoal .se precipitou na direção oposta, esquecendo que o mundo é redondo. Depois do enorme esforço, cá estavam os mosqueteiros do proletariado  no ponto de partida:
Não dispondo de indicadores de oferta e procura gerados por um mercado competitivo, tentaram medir a economia em termos de horas de trabalho ou contando as coisas em termos de espécie, em vez de dinheiro. Mais tarde tentaram a modelagem econométrica e a análise de insumo-exsumo. Nada deu certo. Quanto mais informação tinham, mais complexa e desorganizada crescia a economia. TOFFLER & TOFFLER:  87
Era exatamente esta deficiência que levaria ao colapso da U.R.S.S. no prematuro vaticínio de Hayek, prêmio Nobel de 1974. 
.Economia liberal não se coaduna com regime absolutista. Até 1689 em nenhum lugar do mundo havia algum governo que não fosse absolutista, e os mais fortes se localizavam especialmente na Europa Mediterrânea. A Escola Austríaca, entretanto de plano desmereceu o escocês Adam Smith, condenado calvinista, e solenemente desconsiderou John Locke, o introdutor do liberalismo político e por extensão, econômico. . Ela não tinha nem precisava razão a tanto, mas na neblina o fogo amigo é até bem compreensível
Quase totalmente ignoradas eram as obras de Locke (a primeira tradução completa de Dois Tratados sobre o Governo somente aparecerá em 1948) Constant, Tocqueville, Benhtham e Mill. Haviam florescidos estudos sobre Maquiavel: basta recordar os nomes de Ercole, de Russo, de Chabod. Nas breves notas Para a história da filosofia política, escritas em 1924, os autores levados em consideração eram (pareceria incrível nos dias de hoje) Maquiavel, Vico, Rousseau (maltratado), Hegel, Haller e Treitschke. A grande tradição do pensamento liberal e democrático da qual nascera o Estado moderno (também o estado italiano) era completamente ignorada. CROCE,  B. Per la storia della filosofia política, 1924; cit. BOBBIO, N. Ensaios sobre Gramsci e o conceito de sociedade civil,: 92.
O que parece flagrante é a presença da mais forte neblina, a predominância da ideologia católica na base das postulações austríacas. Embora não vise status científico, ,eis que autodenominada praxeológica, o projeto de Mises se reduz a mera expressão ideológica, consubstanciada pela não menos mística e dogmática metafísica 
O desperdício do manancial iluminista
Os Dois Tratados e a Causa da Riqueza das Nações (aqui sim, uma sutil mas precisa relação de causa e efeito, ao sabor da Escola) não foram pautados por exclusividade religiosa, tampouco pela faina mecanicista inerente na ocasião..No Tratado sobre a Tolerância LOCKE já mostrava a que vinha, e o Segundo Tratado nada tem de empírico, posto encadeado de modo totalmente original.  "Foi igualmente pela recusa do dualismo cartesiano, e pela defesa da observação e da análise contra o espírito sistemático, que Locke se impôs como 'mestre da sabedoria' aos filósofos franceses do século XVIII." (CHÂTELET: 228)
Locke e Shaftesbury consideravam o despotismo como um mal francês e, quando escreveu o documento, em 1679, Locke acabava de voltar da França, após estudar o mal francês enquanto sistema político. A filosofia de Shaftesbury foi planejada para combater a interpretação mecanicista da realidade, mas sobrepujou a filosofia daqueles em seus esforços para salvar as artes dos efeitos das idéias mecanicistas: aspirou fundar bases não só para a verdade e a bondade, como também para a beleza. BRETT, R. L.: 109
Montesquieu tomou ciência e pelo molde criou a Teoria dos Tres Poderes,  Com a disposição mais cara da Escola Austríaca, o  Barão de La Brède  a bem dizer deu luz à  Enciclopédia: “A maioria dos acontecimentos ocorre de modo tão singular e depende de causas tão imperceptíveis e remotas, que é quase impossível prevê-los.” (MONTESQUIEU, Mèlanges, 1722; cit. JORGE: 55) 
"Talvez nunca tenha havido espírito mais sensato, mais metódico, um lógico mais exato que o senhor Locke; não era, contudo, um grande matemático. (VOLTAIRE, Vida e Obra: 25) Com tres séculos de antecipação às exatas, o Farol do Iluminismo projetava ao mundo uma teoria de  relatividade,  para ser obrigatoriamente observada nas ciências humanas.  Sutilmente LOCKE  complementou o projeto panteísta de SPINOZA,  este sim, frequentemente citado por EINSTEIN. O mundo dificilmente conheceria o liberalismo, mujito menos haveria Escola Austríaca se não fosse a magistral atuação do médico de Shaftesbury. A Inglaterra lavrou sua independência, e partiu célere à vanguarda da Revolução Industrial.. ao acatar a Revolução Gloriosa, destarte livrando-se dos grilhões romanos, "Naquele cadinho de idéias, naquele pulular de seitas religiosas e de movimentos políticos que foi a revolução puritana, abriram caminho todas as idéias de liberdade pessoal, de religião, de opinião e de imprensa destinadas a se tornarem o patrimônio duradouro do pensamento liberal." (BOBBIO, N. 1993:50) 
A Nação inglêsa é a única da terra que chegou a regulamentar o poder dos reis resistindo-lhes e que de esforço em esforço, chegou, enfim, a estabelecer um governo sábio, onde o príncipe, todo-poderoso para fazer o bem, tem as mãos atadas para fazer o mal; onde os senhores são grandes sem insolência e sem vassalos, e onde o povo participa do governo sem confusão. VOLTAIRE, cit. CHEVALLIER, tomo II: 67
O reduto, distante e rochoso, porém bastante diverso das paradisíacas ilhas gregas,  posto sofrer um clima bastante adverso em meio a mares escuros e bravios,  habitado por gente de língua estranha  e submissa ao predomínio greco-romano, desde então assumiu a liderança no desenvolvimento, para jamais ser demovido. Isto se faz provado, embora na ocasião fosse incerto. O regime liberal-democrático foi simplesmente adotado, sem requerer maior prova à sua cientificidade, e nem seria mesmo possível, deste modo indo de encontro à lógica, à praxeologia austríaca. Assim falou Zaratustra, digo, J. LOCKE (Ensaios sobre a lei da natureza, cit. BOBBIO, N., 1997: 138):
a) Enquanto as idéias matemáticas podem ser expressas por meio de sinais sensíveis, imediatamente claros aos nossos sentidos, as idéias morais só podem ser expressas por meio de palavras, que são signos menos estáveis e exigem interpretação;
b) As idéias morais são mais complexas do que as matemáticas, daí a maior incerteza dos nomes com que são designadas e a dificuldade em aceitá-las todas de uma vez.
ADAM SMITH  (cit. DOWNS: 56) adotou semelhante critério, apartado de qualquer plano macroeconômico, dessas posteriores mirabolâncias benthanianas, marxistas e keynesianas. 
O esforço natural de cada indivíduo para melhorar suas própria condição constitui, quando lhe é permitido exercer-se com liberdade e segurança, um princípio tão poderoso que, sozinho e sem ajuda, é não só capaz de levar a sociedade à riqueza e prosperidade, mas também de ultrapassar centenas de obstáculos inoportunos que a insensatez das leis humanas demasiadas vezes opõe à sua atividade.
O próprio MISES se obrigou a reconhecer:
A prosperidade das fábricas, apesar de todos esses entraves, pode ser atribuída a duas razões.  Em primeiro lugar, aos ensinamentos da nova filosofia social que os economistas começavam a explicar e que demolia o prestígio do mercantilismo, do paternalismo e do restricionismo.  A crença supersticiosa de que os equipamentos e processos economizadores de mão de obra causavam desemprego e condenavam as pessoas ao empobrecimento foi amplamente refutada.  Os economistas do laissez-faire foram os pioneiros do progresso tecnológico sem precedentes dos últimos duzentos anos. Um segundo fator contribuiu para enfraquecer a oposição às inovações.  As fábricas aliviaram as autoridades e a aristocracia rural de um embaraçoso problema que estas já não tinham como resolver.  As novas instalações fabris proporcionavam trabalho às massas pobres que, dessa maneira, podiam ganhar seu sustento; esvaziaram os asilos, as casas de correção e as prisões.  Converteram mendigos famintos em pessoas capazes de ganhar o seu próprio pão. Fatos e mitos sobre a "Revolução Industrial" 
A Escola Austríaca baseia-se na ideia filosófica de individualismo (em oposição ao conceito de coletivismo). Sua visão aristotélica/racionalista da economia diverge das teorias econômicas neoclássicas dominantes da mainstream, baseadas numa visão platônica/positivista da economia.... o conhecimento e expectativas variam conforme os agentes e o sistema de preços é visto como um  complexo processo de adaptação a mudanças freqüentes e desconhecidas pelos agentes, formando uma ordem espontânea auto-organizável.  As três escolas liberais do século xx4 de agosto de 2011 
Nem LOCKE tampouco SMITH, poderiam contar com antecipada prova científica, ou sua refutação. Aplicado à humanidade, o paradigma relativista exige que a verificação da certeza ou do erro epistemológico somente se evidencie com a passagem do tempo. O tempo passou, e provou, tal qual MISES registra. E como se não bastasse, até mesmo a outrora exata física, tão execrada pela Escola Austríaca, ora também reverencia o pioneiro liberal, e salienta o fundamento:
Por isso não é de estranhar que muitos universitários ainda imaginem Einstein como uma espécie surrealista de matemático, e não como descobridor de certas leis cósmicas de imensa importância na silenciosa luta do homem pela compreensão da realidade física. Eles ignoram que a Relatividade, acima de sua importância científica, representa um sistema filosófico fundamental, que aumenta e ilumina as reflexões dos grandes epistemologistas - Locke, Berkeley e Hume. Em conseqüência, bem pouca idéia têm do vasto universo, tão misteriosamente ordenado, em que vivem. BARNETT, LINCOLN, O Universo e o Dr. Einstein: 12
Abundam fatos, oferecendo guarida em profusão .Onde a tradição greco-romana predomina, caranguejo é rei. Onde as concepções de LOCKE & SMITH atuam, o país dispara. “Na medida que o comércio expande a divisão do trabalho, todos os participantes ganham porque se beneficiam do aumento da produtividade deste trabalho.” (SMITH, A., Investigação sobre a natureza e as causas da riqueza das nações, vol. I: X)
A heurística Mão Invisível virou prática; e hoje, ciência. Qual é o leitmotiv da Escola Austríaca de Economia?
O Instituto defende a ordem social sustentada pelo Estado de direito, governo democrático e representativo, a divisão do trabalho, o livre comércio e respeito aos direitos de propriedade. Mises Institute Barcelona
A ordem social pode e deve ser pautada e usufruída pela própria sociedade, naturalmente. Dessarte o resto é feliz consequência.

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