A ética dominante na História da Humanidade foi uma variante da doutrina altruísta-coletivista, que subordinava o indivíduo a alguma autoridade superior, mística ou social. Conseqüentemente, a maioria dos sistemas políticos era uma variante da mesma tirania estatista, diferindo apenas em grau, não em princípio básico, limitada apenas pelos acidentes da tradição, do caos, da disputa sangrenta e colapso periódico.
RAND, A.,: 118.
Há cem anos, viveu um filósofo chamado Jeremy Bentham, universalmente conhecido como um homem muito perverso. RUSSELL, B., 2008:103Em nome do progresso humano, Marx provavelmente causou mais mortes, miséria, degradação e desespero que qualquer outro homem que já tenha vivido.
DOWNS, ROBERT BINGHAM: 101. A pressuposição utópica requer processo de manipulação extrínseca.
Era uma questão tanto de sobrevivência quanto de política: uma panacéia que, pelo voto do trabalhador e pela transformação radical do Parlamento, proporcionaria ao trabalhador muitos assados, muito pudim de ameixas e cerveja forte, com três horas de trabalho diário.Uma vez criada essa ordem econômica perfeita, estaria ainda o homem na mesma disposição em relação aos seus antigos ideais? Saciado, iria apenas dormir?
RUDÈ, George:196.Felicidade não é lógica propriamente, porque é impossível ser feliz na forma. Felicidade é um fenômeno histórico, circunstanciado, ambientado, sem regras fixas, sem ritos inamovíveis. É surpresa. É só momento. Felicidade extensa é monotonia. Por isto, diz o poeta popular, o amor é eterno enquanto dura. Cientificamente isto é besteira, porque não cabe na lógica. Mesmo assim, é real, porque a eternidade do amor está na sua intensidade necessariamente momentânea e por isso de vibração avassaladora, por vezes paroxista, não na repetição monótona, chata, quadrada de algo que se torna rito. A ciência, por razões de método, apreciaria que a felicidade se debulhasse na monotonia repetitiva, porque nada mais mensurável é captável do que isto. Mas aí teríamos de preferir ciência à vida.O ferrenho socrático assegura que o indivíduo tem alma, que não se satisfaz com o produto da Terra. Nada adianta tornar o corpo gordo se esvaziar a essência. Entre entre eles, leva mais chance o etéreo, o abstrato, o espirito,apto a viajar pelo EspaçoTempo, ainda que ninguém saiba ao certo onde se poderá ir.
DEMO, Pedro, Ciência, Ideologia e Poder, Uma Sátira as Ciências Sociais: 58
A turma mais equilibrada busca no conhecimento, nas experiências passadas o esteio pelo qual pode confiar. De novo costuma aflorar o paradoxo. Ele geralmente não aponta o rumo certo, mas demonstra que nossa direção está completamente equivocada. Para tentar elidir a sina, os inconformados juntam equações, para da balança colherem maior certeza:
"A crença fundamental dos metafísicos é a crença na oposição de valores." (NIETZSCHE, Além do bem e do mal: 1
Nada mais enganador:
“Uma verdade superficial é um enunciado cujo contrário é falso". (NIELS BOHR cit. DESCAMPS, C.: 103)
Por causa disso, e de outros, muitos se tem incapazes, outros temerosos, e não poucos ainda supõem na força conjugada e concentrada o elevador de acesso ao pasto-verde. O tipo reza que se deva unificar o disperso, assim eliminando a confusão de idéias através de único feixe, por isso, mais objetivo.
O que caracteriza os primeiros estudos sobre a sociedade é, precisamente, um ponto de vista finalista e normativo: finalista, isto é, tendo unicamente em consideração o ideal a realizar, a investigação do que deve ser a 'melhor' organização social e política; normativo, quer dizer, a preocupação imediata de estabelecer normas, regras de ação para a vida coletiva. É este, particularmente, o ponto de vista dos filósofos. Bastará recordar, quanto à antiguidade, a República e as Leis de Platão, a Política de Aristóteles...
CUVILLIER, A., Introdução à Sociologia – OS PROBLEMAS SOCIOLÓGICOS
Se o rumo for do precipício, a realização suicida?
Estado, chamo eu, o lugar onde todos, bons ou malvados, são bebedores de veneno; Estado, o lugar onde todos, bons ou malvados, se perdem a si mesmos; Estado, o lugar onde o lento suicídio de todos chama-se – 'vida'!
NIETZSCHE, F., Assim falava ZaratustraNo entanto, continua a promoção dos tickets ao reino de HADES, sem a menor cerimônia:É o Estado quem deve educar os cidadãos para a vida civil, tornando-os conscientes de sua missão, e convidando-os à unidade; harmoniza-lhes os interesses na justiça; transmite as conquistas do pensamento, nas ciências, nas artes, no direito, na humana solidariedade; conduz os homens, da vida elementar da tribo, à mais alta expressão humana de poder, que é o Império; conserva para os séculos o nome dos que morreram pela sua integridade ou para obedecer às suas leis; indica como exemplo, e recomenda às gerações que vierem, os capitães que o acresceram de território e os gênios que o iluminaram de glória. Quando declina o senso do Estado e prevalecem as tendências dissociadoras e centrífugas dos indivíduos e dos grupos, as sociedades nacionais se dirigem para o ocaso.
MOURA, G. de Almeida, O Fascismo Italiano e o Estado Novo Brasileiro. - www.ebooksbrasil.org/eLibris/fascismoi
Para esses o Estado é o único agente de felicidade; ele lhes proporciona segurança, prevê e supre suas necessidades, facilita-lhes os prazeres, manipula suas principais preocupações, dirige as indústrias, regula a transmissão de propriedades e subdivide as heranças - o que resta senão poupar-lhes todo o cuidado de pensar e a preocupação de viver?A máxima mereceria o galardão se o conceito fosse extensivo, tivesse valor comum. O caso, todavia, é outro: ao se perfilar com a tal Vontade Geral, na verdade vontade de um, vendida como racional, a vontade do súdito não é diretamente esfacelada, mas amaciada, dobrada e guiada. O poder não tiraniza, mas oprime, entorpece o povo. A nação vira um rebanho de animais trabalhadores e tímidos, dos quais o governo é o pastor. E os pastores, nestas épocas eleitoreiras, que mais precisariam prometer além da Terra Prometida?
TOCQUEVILLE, A., cit. FERGUNSON, M.: 184
E dê-lhe ilusão:
Na construção de sua utopia, o engenheiro social substitui a vontade das pessoas pela sua própria vontade. A humanidade se dividiria em duas classes: de um lado, o ditador todo-poderoso e, do outro, os tutelados, que ficam reduzidos à condição de meros peões de um plano ou engrenagens de uma máquina. Se isto fosse possível, o engenheiro social não precisaria preocupar-se em compreender as ações das demais pessoas. Teria ampla liberdade de lidar com elas, como a tecnologia lida com madeira e ferro.EDGARD MORIN (Compreender não é preciso; in MARTINS E SILVA: 30) descreve a ironia:
VON MISES, Ação Humana - Um Tratado de Economia: 112
Assim, a economia, a ciência social matemáticamente mais avançada, é também a ciência social e humanamente mais fechada, pois se abstrai das condições sociais, históricas, políticas, psicológicas, ecológicas, etc., inseparáveis das atividades econômicas. Por isso, os seus experts são cada vez mais incapazes de prever e de predizer o desenvolvimento econômico, mesmo a curto prazo.Economia é o que menos vem ao caso. Interessa-lhes a outra máxima:
Por isso um príncipe cauteloso deve conceber um modo pelo qual os seus cidadãos, sempre e em qualquer situação, percebam que ele e o Estado lhes são indispensáveis. Só então aqueles ser-lhe-ão sempre fiéis.Os pupilos do amigo-da-onça, de BÓRGIA a GETÚLIO VARGAS, MUSSOLINI e HITLER , e outros mais moderninhos, e mais os que virão, obtém o pior desfecho que pode se esperar.
MAQUIAVEL, N., O Príncipe, D' ELIA, Antônio: 15.
O que se deseja apenas é a chance de tentar ser feliz. Cada qual a seu modo:
..... o Sonho Americano, aquele sonho de uma terra em que a vida deve ser melhor e mais rica e mais plena para todos os homens, com oportunidade para cada um segundo sua capacidade ou realização. É um sonho difícil para as classes superiores européias interpretarem adequadamente, e muitos de nós mesmos temos desconfiado dele. Não é um sonho de automóveis e altos salários apenas, mas um sonho de uma ordem social em que cada homem e cada mulher devem ser capazes de atingir a maior estatura da qual eles são naturalmente capazes, e serem reconhecidos pelos outros pelo que eles são, independentemente das circunstâncias fortuitas de nascimento ou posição. ADAMS, James Truslow, The Epic of America, 1931. Cit. CONSTANTINO, Rodrigo, www.mises.org.br/Article.aspx?id=763, 26/10/2010Não por acaso EINSTEIN (New York Times, 22/11/1931, cit. PAIS , Abraham, Einstein viveu aqui: 205) enfatizou:
“Creio que a missão mais importante do Estado é proteger o indivíduo e possibilitar que ele desenvolva uma personalidade criativa. O Estado deveria ser o nosso servidor; nós não deveríamos ser escravos do Estado."
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domingo, 29 de agosto de 2010
O governo e a felicidade geral
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