O ser humano é parte do todo, chamado Universo, uma parte limitada no tempo e no espaço. Ele experimenta seus pensamentos e sentimentos como algo separado do restante - numa espécie de ilusão ótica de sua consciência.
Essa ilusão é uma espécie de prisão para nós,
e nos restringe às nossas decisões pessoais e aos
afetos por algumas pessoas mais próximas de nós.
EINSTEIN, A., cit. LASZLO, E., A Ciência e o Campo Akáshico: 56
.
O dormente esquizofrênico
Platão admite que a crença em Deus não pode ser demonstrada, nem sua existência; mas fala que ela não faz mal, só bem. O mal para Platão é apenas a ignorância do bem, e ele procura demonstrar que o mal inexiste, e ninguém opta por ele de forma voluntária.
Ao longo do milhar de postagens esmiucei os graves erros metodológicos e de interpretação da natureza cometidos pelos nossos ancestrais. A rigor, resumindo, todos provém da malfadada distinção entre bem e mal, a alma do corpo, o abstrato do material, a luz da escuridão, o trabalho do capital.
A marca da filosofia platônica é um dualismo radical. O mundo platônico não é um mundo de unidade, e o abismo que, de diversas formas, resulta dessa bifurcação, surge em inúmeras formas.
KELSEN, H., 2001:81
A última, então, cruzes!, é diretamente responsável pelos maiores desatinos: "É necessário que tal cidade não seja una, mas dupla, a dos pobres e a dos ricos, habitando no mesmo solo e conspirando incessantemente uns contra os outros."
(PLATÃO, A República, livro VIII., cit. SAUTET, M.: 252)
Com efeito, quase todos os vícios, quase todos os erros, quase todos os preconceitos funestos que acabo de pintar deveram seu aparecimento, ou sua duração, ou seu desenvolvimento à arte da maioria de nossos reis de dividir os homens para governá-los mais absolutamente!
TOCQUEVILLE, A., 1997, cap. XII, p. 139.
Logo ao deixar a caverna, o
batedor traiu a humanidade.
Para Platão, (Timeu. 26a) a ordem e a beleza que vemos no Cosmo resulta de uma intervenção racional, intencional e benigna de um divino artesão, um 'demiurgo' (gr. δημιουργός), que impôs uma ordem matemática a um caos preexistente e, assim, produziu um Universo divinamente organizado, a partir de um modelo eterno e imutável
O Sol girando sobre o inquilino mais importante evidenciava a bondade do Criador.
PLATÃO fechou as cortinas da magnífica paisagem do conhecimento, e precipitou o imenso comboio rumo ao precipício.
Sim, pois na base da criação da necessidade de aniquilamento está a afirmação de que há um 'nós' e, consequentemente, um 'eles'. Esse processo se dá de forma lenta, cotidiana e concorrem para ele ações no campo da política, da cultura e da religião. Leis que separam e restringem os homens por sua ascendência ou cor, exacerbação de sentimentos nacionalistas e crenças religiosas usadas para a segregação são os caminhos para semear o infortúnio e transformar o medo em ódio.
GÓES, Moacyr, A divisão que segrega, 11/03/2010.
Os dois
vagões-restaurantes projetados naquele paradisíaco sítio do Mediterrãneo ainda abastecem o desatino. O primeiro, reservado à turma da religião, no combate aos males mundanos, em prol do espírito; e o outro, ao pessoal que prefere a ciência, gente que desdenha o espírito, em favor de uma comensurável realidade. Ao
populacho, à verdadeira
turba interessa a tecnologia, não a epistemologia, esta discutível, por tantas raízes.
Hypothesis non fingo, decretaria
NEWTON.
O formidável protótipo espartano acarreta a esquizofrenia generalizada:
Examinando a mim mesmo, ó Sêneca, aparecem alguns vícios expostos tão abertamente que poderia segurá-los com a mão, outros ainda que não são contínuos, mas que voltam em intervalos intermitentes, os quais afirmo serem mais incômodos, como inimigos escondidos que atacam nas ocasiões mais oportunas, contra os quais não se pode estar tão bem preparado como na guerra, nem tão seguro como na paz... Rogo-te, pois, se tens algum remédio que possas refrear essa flutuação, para que me consideres digno de dever a ti minha tranquilidade.
SÊNECA, Da tranquilidade da alma: 35/40
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