Não um único ideal para todos os homens, mas um ideal diferente para cada homem é o que deve ser alcançado, se possível. RUSSELL, B., Ideais Políticos: 10
O modo de produção dos países é ditado pela ideologia em vigor; entretanto, muito antes de ser política, opinativa, ou meramente uma questão de eleger prioridades, a Economia possui lastro epistemológico. A desconsideração científica acarreta resultado fatalmente inverso ao prometido.
As políticas mundiais de crescimento induzido pelo Estado tiveram exatamente o efeito oposto do que pretendiam: tinham aumentado, e não reduzido, o custo da produção de bens e serviços e tinham abaixado, e não aumentado, a capacidade das economias de conseguirem uma produção vendável. SKIDELSKY: 140.
Das dezenas de postulações científicas vasculhadas, destaco duas mais fascinantes. De certo modo, ambas possuem o mesmo padrão, e mutuamente se fortalecem. Na falta de uma designação mais específica, a última utiliza a metáfora de supercordas para intitular a noção de um Universo resplandecente por espontânea complementariedade, numa orquestração desprovida de regência. A primeira foi lavrada ainda no XVIII, quando a civilização atingia a centenária maioridade "penal". A concepção social tecida por meio da iniciativa individual contempla todos os princípios da Relatividade e da Quântica; e portanto, coaduna-se perfeitamente com a Teoria da Supercordas, que é a evolução de ambas, ou de todas. A "Teoria de Tudo." ADAM SMITH acreditava que bastaria uma Mão Invisível para desenvolver e equalizar a produção e o consumo, o trabalho e seus frutos, desde que as pessoas fossem livres para agir.
O esforço natural de cada indivíduo para melhorar suas própria condição constitui, quando lhe é permitido exercer-se com liberdade e segurança, um princípio tão poderoso que, sozinho e sem ajuda, é não só capaz de levar a sociedade à riqueza e prosperidade, mas também de ultrapassar centenas de obstáculos inoportunos que a insensatez das leis humanas demasiadas vezes opõe à sua atividade. SMITH, A. cit. DOWNS: 56
Em ciências humanas o homem não é apenas objeto mas também o seu sujeito. Por mais plausível ou lógica que ofereça qualquer disposição, o selo cientifico só é alcançado na experiência, e o resultado de um teste empírico à corroboração teórica humanística apenas pode ser obtido após longo período. Somente uma trajetória histórica é capaz de lhe emprestar a valia. Ademais, por de antemão contrariar o determinismo cartesiano-newtoniano em voga, a Mão Invisível teve que aguardar os séculos para ser divisada. E o que nos diz a ciência de ponta?
A ordem implicada tem sua base no holomovimento, que é vasto, rico, e em um estado de fluxo infindável de envolvimento e desdobramento, cuja maioria das leis é vagamente conhecida, e que pode ser até incogniscível em sua totalidade. Logo, ela não pode ser apreendida como algo sólido, tangível, e estável aos nossos sentidos (ou aos nossos instrumentos). BOHM, David, Totalidade e ordem implicada: 192
Já no limiar, entretanto, os efeitos da ação da Mão Invisível se tornaram patentes: os dois países que mais se aproximaram da doutrina escocesa. Imediatamente ambos imprimiram um desenvolvimento muito superior a todos os demais. Onde a teimosia greco-romana prevaleceu, todavia, além de se perderem em questiúnculas de massa, ardilosas dialéticas e tervigersações circunstanciais, oportunistas, o que se vê é o descalabro de corrupção generalizada, cabendo ao próprio mundo pagar o mais alto preço pelo apreço ao carma. Sem provas, SMITH foi de plano desconsiderado pelo mundo afora, em prol do encadeamento puxado pela concepção de um Universo regido por forças conflitantes, rumo que angariou simpatizantes de todas as origens. Num dos vagões da insensatez se alojaram HEGEL, MALTHUS, DARWIN, MARX, e o atrasado KEYNES. O tamanho do barulho logrou ofuscar a eficácia da sutileza humanista.
Para Lukács, o liberalismo – que se inspirava na doutrina econômica clássica; que supunha suficiente a garantia de liberdade jurídico-formal para ação do homo economicus engendrar automaticamente um estado social e cultural de felicidade – foi desmoralizado, na prática, pela intervenção do Estado na vida econômica, pelo contrôle alfandegário, pelo protecionismo e sobretudo pelos monopólios. KONDER, 1980: 80
Pois esses recalcitrantes experimentaram um retrocesso sócio-político-científico da mais alta gravidade, cujo desfecho foram os trágicos desmoronamentos nazi-fascistas, marxistas e comunistas, pela mais singela razão:“Os sinais de informação fornecidos pelo sistema de preços em condições econômicas competitivas não podem ser gerados por autoridades centrais.” (HAYEK, F., 1995: 135/6)
Ainda antes desses mais nefastos episódios protagonizados pela civilização ocidental, a Física se emendava, desconstituindo seu edifício platônico-cartesiano-newtoniano, tanto quanto aquele pioneiro relativista. Embora sequer imaginado na ocasião, SMITH entendia que o sistema spcio-político-econômico poderia se desenvolver naturalmente. RICHARD DAWKINS (p.369) concordaria com o iluminista: "Ter mais liberdade melhora o potencial das pessoas para cuidar de si mesmas e para influenciar o mundo, questões centrais para o processo do desenvolvimento."
A metáfora da Mão Invisível bem se consagra pelas teorias de Campo, e do Caos, esteios das Supercordas:
A teoria do caos não só fornece uma explicação para as flutuações de uma economia de mercado, mas também demonstra que o Estado não tem o conhecimento necessário para adotar as medidas anticíclicas corretas. Na medida em que é extremamente baixa a probabilidade de se alcançar um estado final desejado em um mundo caótico, é difícil enxergar como o governo poderia especificar uma política para atingir esse objetivo, a não ser por acaso. ROSSER, J.B. Jr., Chaos Theory and New Keynesian Economics, The Manchester School, Vol. 58, n. 3: 265-291, 1990; cit. PARKER & STACEY, : 95
A Riqueza das Nações depende da observância aos princípios da Relatividade, da Quântica, e do potencial atômico que daí advém, e pode ser constatado:
Cada qual tem seus próprios matizes, mas estão conectados por suas implicações gerais. O que se precisa é de uma economia nova, orgânica, com um toque leve, suficientemente sofisticado para permitir a interação - que, para os propósitos deste livro, chamo de 'O efeito borboleta'. ORMEROD, P. 2000: 16
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