domingo, 15 de fevereiro de 2009

Massacre no Morumbi

A mãe do fascismo está sempre grávida.
Bertold Brecht
Mais uma vez o Estado Fascista Brasileiro mostra suas garras, e escolhe justamente quando há aglomerações. Nesta tarde foi a vez da torcida do S.C. Corinthians Paulista sofrer a truculência das tropas semi-militares do estado de São Paulo.
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Dezenas de torcedores estão sendo atendidos nos ambulatórios do estádio, e ambulâncias circulam em incessante vai-e-vem. Depoimentos de testemunhas são unânimes em condenar os covardes atos da tal tropa de choque. O clima era de Faixa de Gaza, com correrias e gritos apavorados. Muitos feridos, alguns com maior gravidade, colocam em alerta todos os desportistas brasileiros.
Num país que pleiteia a Copa do Mundo, justamente no estádio que reinvidica a abertura do magnífico certame, este episódio não pode ser mais eloquente: enquanto não mudar a prepotência frente ao cidadão, não há a menor condição de promover absolutamente nada, ainda mais um evento internacional desta magnitude.
Vários torcedores estão sendo removidos em macas, e a confusão é completa.
"A tropa de choque é preparada para bater e soltar bombas. É preparada para invadir presídios", reclamava um torcedor.
A direção do São Paulo destinou apenas quatro mil ingressos à torcida do Corinthians, e por certo tal tolice levou ao acirramento dos ânimos, ao tempo em que colocou a Fiel apequenada diante da imensidão sãopaulina, somada aos fardados armados de bombas e cacetetes.
Não houve confronto entre as torcidas. O embate se deu no fim da partida, na saída do estádio, exclusivamente por conta dos oficiais cavalarianos e dos infantes. Centenas de jovens foram pisoteados, em cenas profundamente lamentáveis. Muitos torcedores permanecem nas arquibancadas, com receio de descer à praça de guerra.
Um final de semana totalmente triste para o futebol brasileiro, em jogo até de menor importância, com final empatado.

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