domingo, 11 de novembro de 2012

O desafio de Tio Sam


O conhecimento e a capacidade tornaram-se a moeda global das economias do século 21, embora sem um banco central que imprima esta moeda. O que nos manterá caminhando para a frente será sempre nossa contribuição pessoal. THOMAS FRIEDMAN
Não encontro período mais conturbado, repleto de nuances e possibilidades, algumas felizes, outras nem tanto, no qual se insere o Eua. Envolto com as consequências de um péssimo gerenciamento monetário, cujos prejuízos resgataram a assombração de 29, diferentemente daquela época o país se encontra em confronto com grande parte do mundo.  Os imbroglios impedem seu deslanchar. Hegemonia americana encontra-se em via de extinção
Dos congressistas que apelam para o apoio às nossas tropas, a fim de justificar os gastos com as guerras, aos programas de televisão e aos jogos como os “NCIS”, “Homeland” e “Call of Duty” ao vergonhoso e irreal reality show “Stern earn Stripes”, os norte-americanos são submetidos à sua dieta diária de estórias que valorizam o militarismo, enquanto os redatores dessas estórias cumprem a sua tarefa por oportunismo político e seus resultados comerciais. O melhor dos EUA é a educação universalizada
Pipocam desafios politicos e econômicos internacionais. O continente assaltado pelos chávez, kirchners, e mensalões; o Oriente Médio;  o fantasma chinês, e a África, a cobrar o auxílio prometido pelo descendente. Pendências de Obama na política internacional exigem outro tipo de atitude. Com certeza não serão portaviões ou Tomahawkes que estabilizarão seu Eua. "Na Coreia e no Sudeste Asiático morreram 60 mil americanos. Muitas vezes mais coreanos e vietnamitas. Para quê? Para, em ambos os casos, chegar-se aos mesmos pactos a que chegariam sem mortes e mutilações." (China, de problema e ameaça, passou a ser solução)
"A reeleição de Barack Obama tranquiliza o mundo. A presidência da mais poderosa nação seguirá com um líder empenhado em manter o crescimento do país, gerar empregos, amparar a população afetada pela crise e respeitar os direitos civis." (A vitória do homem bom - Isto É)
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"O segundo governo Barack Obama não será mais do mesmo. Haverá mudanças em postos estratégicos das políticas externa e econômica. O ambiente no qual o governo começa é diferente." (Mudanças do Obama 2.0)
Mudar, no caso, é não contemporizar com a política monetária frouxa e vazia do Fed, que enche as reservas dos bancos de munição especulativa, mas não acrescenta um só tostão à base do crédito produtivo. O mercado imobiliário, que se noticia em recuperação, está de língua de fora e ainda se arrastando no chão. No centro de tudo está o descontrole fiscal. Basta encampar a proposta de Romney e avançar nas negociações políticas.(A pauta de Obama para o segundo mandato)
Então, o furo é mais acima.
Os fundadores de Singapura decidiram que, por serem pobres em recursos naturais e terem um mercado interno restrito, a única saída econômica era investir no talento humano. Então, enviaram os estudantes mais promissores às melhores universidades no exterior e por fim os contrataram para trabalhar dentro do governo. Depois de décadas de decisões acertadas no setor público, Singapura se tornou uma das nações mais competitivas do planeta. Esse processo disciplinado de formar, selecionar, e reter os melhores talentos na administração pública levou a uma transformação incrível. Singapura comprovou que a meritocracia no governo tem ótimos resultados. A praga da incompetência
Titubeante por vários regimes fechados, a Ásia agora quer se abrir ao mundo. A reversão é delicada. Tirante  raríssimas cidadelas, o globo praticamente desconhece a razão e a forma adequada à democracia, o "Estado de Direito" que Tio Sam quer ver implantado nos quatro cantos do mundo. A China tem mais a ensinar do que aprender, mas permanece distante o sistema civilizado. Segurança na China bloqueia de Google até janela de táxis
China debate expansão de'poder suave' pela cultura. "Isso nos exige libertar nossas mentes e procurar novas formas de intercâmbio cultural, para que as pessoas no mundo saibam que a cultura chinesa tem mais de 5.000 anos." 
O Estado comanda a economia, mas, ao contrário da ortodoxia marxista, os negócios privados são não apenas aceitos mas estimulados. Por baixo de tudo, pairam os ideais de Confúcio, o grande filósofo que governa as mentes chinesas há 2500 anos. O tripé do confucionismo é: dê educação de alta qualidade aos jovens, seja leal aos amigos e cuide bem dos velhos. Com essa receita, a China nos próximos dez anos vai ultrapassar os Estados Unidos como maior economia. O Obama chinês
O Velho Continente ainda tenta se livrar de alguns penduricalhos fascistas, mas no essencial encontra resistência no próprio povo, acostumado ao paternalismo despótico.
O modelo de bem-estar social europeu está em xeque, ainda que Obama queira seguir no mesmo caminho. Por isso o Tea Party gera tanta revolta. Os social-democratas gostariam de crer que é possível viver eternamente no conto de fadas. Estão apavorados com a idéia de que finalmente a fatura dos anos de farra irresponsável chegou. Com juros. Agonizante social-democracia Rodrigo Constantino
O que mais me preocupa na Europa é o desenvolvimento exponencial de correntes xenofóbicas, fundadas no ódio ao outro, e de movimentos racistas, em alguns casos diretamente inspirados pelo nazi-fascismo. Na França, temos a Frente Nacional, que representa quase 8% do eleitorado. O mesmo se passa na Bélgica. Na Áustria, é pior ainda.Michael Löwy fala da herança judaico-alemã, marxismo e crise
No Oriente Médio isso deve ser coisa do demônio. Naqueles desertos não há a menor tradição democrática, tampouco conhecimento de como a democracia se processa. E na  América Latina paira uma confusão premeditada, exitosa pela falta de discernimento das nações
Soa como piada o anúncio de uma política de metas de longo prazo, num país onde um plano chamado Brasil Maior é baseado em incentivos provisórios e os preços dos combustíveis são controlados para disfarçar as pressões inflacionárias. Com aparente seriedade, no entanto, essa novidade foi anunciada à agência Reuters pelo ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Fernando Pimentel.  A piada do longo prazo
Muitas vezes somos direcionados a pensar que a escolha da maioria vai implicar em melhorias sociais, e as coisas não são bem assim. Talvez, muitos se choquem com isso, mas o problema dessa visão Russeuaniana de democracia não é apenas a falta de realismo, mas também os problemas estruturais que podem ser causados a partir dela, com consequências apontadas pelo filósofo Luiz Felipe Pondé, como a criação 'da ditadura do Estado Babá' ou do politicamente correto, aquele que trata os cidadãos como crianças que não tem condições de fazerem suas próprias escolhas e que, portanto, tem de ser protegidas pelo Estado. O paradoxo da DemocraciaWagner Vargas
Eis a faina responsável pelos seculares descalabros. 
À parte as doutrinas particulares de pensadores individuais, existe no mundo uma forte e crescente inclinação a estender em forma extrema o poder da sociedade sobre o indivíduo, tanto por meio da força da opinião como pela legislativa. Ora bem, como todas as mudanças que se operam no mundo têm por efeito o aumento da força social e a diminuição do poder individual, este desbordamento não é um mal que tenda a desaparecer espontaneamente, mas, ao contrário, tende a fazer-se cada vez mais formidável. A disposição dos homens, seja como soberanos, seja como concidadãos, a impor aos demais como regra de conduta sua opinião e seus gostos, se acha tão energicamente sustentada por alguns dos melhores e alguns dos piores sentimentos inerentes à natureza humana, que quase nunca se reprime senão quando lhe falta poder. E como o poder não parece achar-se em via de declinar, mas de crescer, devemos esperar, a menos que uma forte barreira de convicção moral não se eleve contra o mal, devemos esperar, digo, que nas condições presentes do mundo esta disposição nada fará senão aumentar  MILL, John S. La liberté, trad. Dupont-White: 131.
Urge a locomotiva perceber seu trajeto, para não repeti-lo:
Estado de bem-estar era um ardil político: uma criação artificial do Estado, pelo Estado, para o Estado e seus funcionários. É um eco irônico da democracia de Lincoln de, por e para ‘o povo’. Quando seus bem escondidos, porém crescentes excessos e abusos no governo central e local foram revelados recentemente, havia se passado um século de defesa falaciosa. SELDON: 60
Readquirida a consciência, restaurada a casa, ainda caberá ao gigante observar dois fenômenos sociais globalizados: a persuasão é mais eficaz e menos onerosa do que a disposição de tropas; e o mundo precisa de instrução. Muita instrução. Há uma discrepância cultural incalculável entre os países exitosos e os demais, incluindo os emergentes. Este é o desafio americano - ensinar o mundo a pescar. Apenas com a inteligência reativada e disseminada é que todos poderemos nos safar.
O conhecimento é o maior motivador. Se as pessoas tivessem noção do potencial de vida, do que os estados de consciência mais elevados. fora da vigília, do sonho e do sono oferecem à vida, e como será o mundo quando as pessoas viverem em consciência de unidade, elas se sentirão motivadas. A única razão pela qual não estamos motivados é porque não estamos expostos ao conhecimento. HAGELIN, John, cit. ARNTZ, W.: 126 

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