quarta-feira, 14 de novembro de 2012

A regulamentação da profissão política

Os sábios deverão dirigir; e os ignorantes devem segui-los.
PLATÃO, A República. 

No cantão herdeiro português a situação se inverte:  mesmo sem habilitação os ignorantes há anos estão dirigindo; e os sábios, embarcados feito melancias. Deputado cujo assessor foi pilhado com dólares na cueca assumirá liderança da bancada do PT
O que eles não se conformam é que os pobres não aceitam mais o tal do formador de opinião pública. Eles não se conformam é que os pobres estão conseguindo enxergar com os seus olhos, pensar com a sua cabeça, pensar com sua consciência, andar com as suas pernas e falar com sua boca. Não precisam do tal de formador de opinião pública. Nós somos a opinião pública e nós mesmo nos formamos. Ex-presidente Lula, Folha, 18/9/2010
Pode-se formar a opinião pública ou privada, individual ou coletiva, mas a execução  requer outra prática, de restrita habilidade.
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Esse episódio, como outros recentes, demonstram que estamos perdendo a capacidade de pensar, de refletir. Está faltando inteligência até mesmo entre os homens escolhidos para ajudar o Parlamento a legislar. Em entrevista à televisão sobre as amarras que dificultam o nosso desenvolvimento, o professor José Pastore disse que não temos trabalhadores qualificados, porque o ensino básico é precário, e os alunos não aprendem a pensar. Não aprendendo a pensar, são incapazes de realizar os trabalhos mais elementares. Não só de trabalhadores que pensam estamos necessitados. Precisamos, com urgência, de juristas e de parlamentares que também aprendam os rudimentos da razão lógica – e da ética humanista Um Código sem prumo
Juristas são profissionais. Políticos, contudo, não. Por ironia, de todas as atividades profissionais, apenas a política pode ser exercida sem a menor qualificação. A profissão não é nem reconhecida como tal. 
"Lula é o maior economista do Brasil. O Lula é o único economista que presta no Brasil porque é o único que está falando a verdade.” (Economista e Professor Catedrático. Antônio Delfim Netto, principal interessado e responsável direto pelo Ato Institucional N. 5, e ministro de vários ditadores que se sucederam, em primorosa. entrevista para Ag. Estado - www.avozdavitoria.blogspot.com - 31/12/2008)
A partir da reforma, na Universidade passou a ser mínima ou inexistente a discussão politica no meio do movimento estudantil. Se após a redemocratização muitos professores passaram a militar pelo PT, no meio estudantil a discussão passou a ser cada vez mais reduzida. Hoje, na maioria das escolas não federais, não existe discussão politica entre o corpo discente. Na data de hoje, estamos formando alienados politicos em massa. Quando não analfabetos funcionais.
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Da grei emanam as regulamentações para as demais profissões, porém não somente isso, claro. Senado paga gratificação de desempenho a servidores sem avaliar qualidade do serviço..
Como explicar que alguém possa exercer a atividade mais vital à sociedade desprovido de quaisquer compromissos ou responsabilidades? Sarney diz que Senado devolverá pagamentos indevidos
De que modo progride uma nação sem rumo? Empacamos feito mula, mula lá, deserto de idéias onde prevalece a mais velha ideologia, carro-alegórico no qual se esbaldam os maiores falsários do país. "Os programas eleitorais gratuitos vendem uma bela embalagem, mas, de fato, são paupérrimos na discussão das ideias. " (Eleições – papel da imprensa)
Se a juventude (mesmo a relativa juventude)  tem  qualidades naturais, são as de ser portadora de ideias novas, de propor novos hábitos, de implantar mudanças e  de clamar pela renovação. Mas, no Brasil, a nova geração de líderes que desponta no cenário político parece que de novo, só têm mesmo a idade. Vantagem que se perde com o passar do tempo. Fico pasmo. Não vejo partir desses emergentes líderes – que deveriam ser a esperança das novas gerações - qualquer indício de que pretendam renovar o que quer que seja no lodoso quadro em que se pratica a política no País. Não há novas ideias no ar. Aliás, não há nada no ar.
A mídia traz todos os dias o perfil, nomes, slogans e retratos dos candidatos que disputam as eleições pelo país afora. Alguns candidatos fariam até o palhaço Tiririca corar, seja por sua desfaçatez, seja por sua falta de condições de exercer os mandatos pretendidos. A eleição do Tiririca foi um voto de protesto, como se os eleitores dissessem: se me fazem de palhaço, voto no próprio. O mais interessante desse caso é que o próprio Tiririca se viu constrangido com o que encontrou no Congresso. Hoje, basta abrir qualquer jornal para ver candidatos que deixam claro sua incompetência para as funções sem que sequer precisem abrir a boca. Candidato ou eleitor despreparado?
Não há a menor escala de valores, sequer a que distingue o bem do mal,  algum parâmetro á atuação de milhares de edis, prefeitos, deputados, senadores, ministros e presidência da república, enfim, exceto as limitações orçamentárias em linha com promessas ou vontades populares. "A complacência do Senado e da Câmara dos Deputados frente aos indícios de crimes cometidos em massa por muitos de seus integrantes leva a perda de confiança da população nas instituições parlamentares e no processo eleitoral, o que configura uma crise institucional." (www.transparencia.org.br)
No Brasil, o rio que separa o lícito do ilícito não é atravessado por um meio móvel - lanchas, canoas ou a nado. Não! Ele é ligado permanentemente por um meio imóvel: uma ponte maior da que liga o Rio a Niterói. Nessa ponte está o centro do assunto e o começo (ou o fim) da história.Importa ser eleito. Mas, no nosso mundo social e político, quanto mais você rouba, mais é admirado e fica popular. O Brasil gosta de espertos e mandões com cara de pau. O teste, aqui, não é dizer a verdade, é saber mentir. Esboços imprecisos da vida pública Roberto DaMatta
"Pior do que está não fica" garantia Tiririca. Fica sim, a cada dia. A superficialidade se abate sobre as altas patentes, os que tem a missão de organizar e desenvolver o ambiente sócio-político da Nação. Amplia-se a cárie social. A Economia lhes fornece a linha básica, mas ela é quase infantil, de tão simplória. Restrita às quatro operações aplicada em todos os setores, a "triste ciência' enfuna as velas, encantando o comandante; porém, como a bússula não conhece algarismos, e vice-versa, os barcos sóem perseguir cantos-de-sereia, enfeitiçados por uma racionalidade aparentemente incontestável, mas que na verdade lhes guiam aos trágicos desfechos.
Sob o falso pretexto de defender os interesses do povo, esse gigantesco Leviatã consome a renda da população, gere mal os recursos e fecha a economia do país a seus desejos, inibindo investimentos internos ou externos. Com políticas econômicas frágeis e na maioria das vezes mal formuladas (dado o fraco entendimento dos governantes nesse assunto), o crescimento econômico pode se iniciar acelerado, mas ao longo do tempo mostra-se ineficiente e frágil, fadando o país a um atraso monstruoso em relação a regiões mais democráticas. VASCONCELLOS, Daniel, A ameaça do "Estado-pai", O Globo, 27/8/2010 
A política comercial brasileira parece ter pelo menos três patronos: o Barão de Itararé, Stanislaw Ponte Preta e Nelson Rodrigues. É uma mistura do Febeapá, de Ponte Preta (o 'festival de besteiras que assola o País'), com o 'de onde menos se espera, é daí mesmo que não sai nada', de Itararé, gerando as 'lágrimas de esguicho', de Nelson Rodrigues. Política comercial deplorável 
"Mas os governos, aqueles que os assessoram nestas questões, sofrem da ilusão de controle. Não é possível, no estado corrente do conhecimento científico, fazer previsões econômicas de curto prazo com razoável grau de precisão." (ORMEROD, P. 2000: 124)  
Prévia do PIB cai 0,52% em setembro, segundo BC  Nenhuma promessa se confirma, mas tampouco recai ao promitente qualquer obrigação de cumpri-la. 
Pergunta inevitável, diante dos resultados miseráveis produzidos pela política anticíclica: sem esses incentivos, quanto teria encolhido a economia brasileira? E quanto poderá crescer, nos próximos anos, se as ações estratégicas do governo continuarem tão atrapalhadas quanto têm sido? O governo tem dificuldade tanto para diagnosticar os problemas (como indica o fiasco econômico de 2011 e 2012) quanto para definir seus objetivos e, portanto, suas estratégias. Nestes dois anos, o País nem cresceu nem conseguiu elevar seu potencial de expansão, mas seus fundamentos macroeconômicos ficaram um pouco piores. Um fiasco superfaturado Rolf Kuntz 
“Se fosse para cumprir muitos anos em alguma prisão nossa, eu preferiria morrer”, comunicou ao país o senhor Ministro da Justiça! Para internautas, Cardozo ignora responsabilidade ao criticar prisões. Vero. Dos R$ 312,4 milhões reservados no Orçamento da União de 2012 para a melhoria das condições carcerárias apenas R$ 63 milhões foram aplicados.
Segundo o art. 1 ° do Decreto 6.061 de 15 de março de 2007, as atribuições do Ministério da Justiça incluem o “planejamento, coordenação e administração da política penitenciária nacional”. Ao confessar que prefere a morte a uma temporada nos presídios que governa há dois anos (e o PT há dez), José Eduardo Cardozo conferiu a ele próprio e a seu partido um vistoso atestado de incompetência ─ assinado por José Eduardo Cardozo. Deveria ter assinado no minuto seguinte o pedido de demissão. A bala disparada pelo último porquinho de Dilma acertou o pé do ministro da Justiça e matou a candidatura a uma vaga no STF
Este ministro não merece processos civil e criminal pelas inúmeras mortes e balbúrdias em cartaz no Brasil?
A morte no hospital requer apurar a responsabilidade médica; Se cair o edifício, o engenheiro é enquadrado; se por faltar preparo um processo se vai, junto vai o advogado;  e se o dente cair, onde vai parar o dentista?  Ao político, contudo,  não cabem imputações de imprudência, imperícia ou negligência. Não há parâmetro que tipifique sua culpa.

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