sábado, 16 de junho de 2012

Agora é tarde; e a saída é para o lado contrário

O capitalismo precisa ser sempre reinventado. Onde está dando mais certo? Nos países que adotaram o capitalismo de Estado. Ministro da Fazenda do Brasil, Guido Mantega, para IstoÉ - Dinheiro.
O homem só muito lentamente descobre como o mundo é infinitamente complicado. Primeiramente ele o imagina totalmente simples, tão superficial quanto ele próprio. NIETZSCHE, F., O livro do filósofo: 41 
Matemática ruim impede o Brasil de aproveitar marés de dados  (Decorridos doze dias a imprensa vem confirmar a costumeira certeza da Nav's ALL:  Novo pacote anticrise do governo deve ter efeito limitado e tardio )
Há meio século o Brasil vem tomando todas as medidas corretas para arrefecer  a circulação da moeda e a produção. O país permanece campeão do mundo nas taxas de juros; nos impostos, ainda mais em cascata; na corrupção; na burocracia, em especial na suposta defesa do assalariado; no centralismo político e econômico, tornando os governadores apenas interventores de estados falidos; e no fantástico enxugamento monetário efetuado através de apropriação indébita sobre os depósitos bancários. De toda esta incalculável cifra arrecadada de qualquer jeito pelos sucessivos governos republicanos, porque de federais levam apenas a grife, uma percentagem de zero vírgula tem retornado em forma de investimentos em infra-estrutura, educação, saúde e segurança, ou qualquer coisa.
Com essa política irresponsável, os governos do PT, além de nada investirem em infraestrutura, literalmente permitiram a deterioração de tudo o que já tínhamos construído, principalmente nos anos de governos militares, como as hidrelétricas, rodovias, ferrovias, portos, aeroportos e redes de distribuição de energia que hoje estão em péssimas condições ou já praticamente destruídas.  O tsunami de Dilma
Governo quer mudar regra em aeroportos para evitar apagão Graças à maciça propaganda, nacional e internacional, e a ingenuidade ou o desinteresse dos órgãos de comunicação em avaliar o contexto mais amplo, nós, passageiros desse trem do infotrúnio, viajávamos em vagões cantarolantes, e outros de dorminhocos.  Desde o embarque na perfídia não constatei nenhum grupo dissonante, alguém que viesse a demonstrar o desatino da aventura. Ao contrário- depois de trinta anos o país festejava duas conquistas que considerava portais ao paraíso: todos poderiam escolher diretamente quem iria conduzir a reformada locomotiva; e moeda em seu interior finalmente estava estabilizada. "O resto, deixa com nóis!" 
Desde 95 as medidas econômicas pipocam no vermelho do painel, sinalizando o rumo da sucumbência. A dois anos a Nav's informou sobre a temeridade da aventura galinácea: Viagem sem volta
O governo não é capaz de tornar o homem mais rico, mas pode empobrecê-lo. MISES, L., Uma Crítica ao Intervencionismo: 21 
Quando a maria-fumaça deu apito à partida, eu já calculava quanto tempo duraria o novo milagre.  Sabia,de antemão, que é simplesmente impossível o desenvolvimento econômico de qualquer país com juros acima de 12% ao ano. Os constituintes também disso sabiam, e por isso a cláusula pétrea. Por 200 a cabeça, a âncora foi facilmente removida; a reeleição estabelecida. Pelo lado político os comandos nacionais sobrepujavam os interesses estaduais, em nome do centralismo arrecadatório. Isso significava que além dos investimentos privados, também os regionais iriam à míngua, em prol de um programa bancário nacional. O governo compensou os governadores instituindo uma tabela de multas de trânsito e arrecadações em cima dos automobilistas por cartórios, e pedágios. Neste interim os estados não se afogaram, mas estão com água pelo pescoço porque também nunca mais nadaram. 
- E você?  Qual sua contribuição ao desenvolvimento do país?
- Preferi apenas sobreviver parado na estação, com poucos mantimentos. Jamais embarcaria em tão flagrante ilusão.
- É cisma. Por que  ilusão?
- Basta falar tão somente dos juros. No plano alcançado não há produção que se sustente, nem país que se aguente.
- Ora, é só você não pedir nada ao banco que obterá zero de juros. E pobre, mesmo sem dinheiro, nada pede ao banco. Aliás, nem conhece conta-corrente. Interessa-lhe a conta do armazém, não extrato bancário. Lula denunciou a razão do seu protesto e pretensão: 
O que eles não se conformam é que os pobres não aceitam mais o tal do formador de opinião pública. Eles não se conformam é que os pobres estão conseguindo enxergar com os seus olhos, pensar com a sua cabeça, pensar com sua consciência, andar com as suas pernas e falar com sua boca. Não precisam do tal de formador de opinião pública. Nós somos a opinião pública e nós mesmo nos formamos. Presidente Lula, Folha, 18/9/2010
O descomunal tamanho desta deslavada mentira pode ser aquilatado pela manchete da Folha. Não estava preocupado comigo, e sim com minha clientela. Acostumada ao crédito, ao se dar conta que os acréscimos cobrados pelos bancos sobre os valores que emprestava se constituiam de puros juros, ao invés do costume de ínfimos juros somados ao alto percentual de correção monetária, a clientela simplesmente pararia de comprar, de solicitar os serviços de quem quer que fosse, até por prudência.
Graças à solidez da moeda, e o otimismo proliferado, todos se atiraram ao novo rumo, com isso dando o impulso ao que julgava com trajeto ainda menor do que  vôo de galinha. Quando, todavia, o pessoal do chão-de-fábrica tomou conta do salão, a marcha da composição tomou ritmo uniformemente acelerado.  "Lula é o maior economista do Brasil. O Lula é o único economista que presta no Brasil porque é o único que está falando a verdade.”  (Economista,  Prof. A. DELFIM NETTO,  responsável direto pelo Ato Institucional N. 5, e ministro de vários ditadores que se sucederam, em primorosa. entrevista para Ag.  Estado - www.avozdavitoria.blogspot.com - 31/12/2008) 
Quem seria eu, mísero epistemólogo - que qui é isso? - para confrontar não somente o autor do primeiro milagre brasileiro, mas também a maciça maioria dos economistas internacionais, de Keynes ao recentemente premiado com Nobel Paul Krugman?
Novo rico é perigo dobrado. E repentino dono da maior jazida de petróleo do mundo? Figueiredo, o último dos doicanos mandou alardear: "Plante que o João garante". Lula lhe se sobrepujou, com folga: "Nem se levante que o pre-sal garante! E lá se vieram os dóceis governadores, agora atacados de uma sandice extremada, a brigarem entre si para abiscoitar uma fatia totalmente abstrata do novo reino, localizado em algum ponto da lua.  Lula, o grande distribuidor das riquezas alheias, o justo, apenas ria. Ainda contando com a inércia, o governo começou a atirar o dinheiro extraído da produção  para tudo que era lado. O Brasil está rico! Sétima economia do mundo! Quem precisa de dinheiro? Zelaya? Disponha. Castro? Vamos investir em sua ilha. Haiti? Não se preocupe; . mandaremos tudo: contingente, víveres, medicamentos. Mianmar? Nem sabemos onde fica, devem estar mesmo no mar, miando por socorro. Mandaremos víveres àqueles  náufragos. Àfrica? Temos muitas dívidas com o continente. Não bastam cotas em nosso país. Preparem-se: o redentor vai chegar, para aos africanos salvar. América do Sul, da companheirada?  Primeiro visitaremos Cháves, notável democrata, para lhe financiar qualquer projeto. E depois o Paraguai. Queremos pagar mais, por justiça, aos explorados guaranis. Mercosul? Isso sim não interessa. Uruguai é insignificante. Temos que apoiar a a parceira senhora K. E toca a Petrobrás para investir grosso também na Bolívia e Equador.  Mesmo não tendo concorrência no Brasil, mandaremos patrocínio  da gigante à vontade aqui no lote mesmo, a clubes, atletas, jornais, tvs, até equipes de fórmula 1 estrangeiras, para o brasileiro ver na tela seu logo mandando em todo mudo. A jazida  tudo garante.
O pré-sal sempre foi tratado com nacionalismo retrógrado e grandiloqüência idílica. Do anúncio à ridícula idéia do país integrar a OPEP, o assunto foi marcado mais por devaneios do que seriedade – pelo menos dentro do governo e da aparelhada ANP. O Brasil do pré-sal é Pasárgada. Mas cuidado, Bandeira: lá, Lula é que é o rei. LIMA, Renato,Indigestão de pré-sal  
Liquidada a conta com a Onu, e seu pobre Fundo Monetário Internacional. Brasil agora tem dinheiro para emprestar aos países ricos. Portugal? Não se abale mais. Brasil pode comprar todas suas dívidas. Faixa de Gaza? Nosso presidente pleiteia uma cadeira na ONU. E como prova de sua magnificiência, ele já enviou vultosa quantia para ser por aí repartida. Copa do Mundo, Olimpiada? Compra todo mundo e tragam-na para o Brasil. Brasil, um país de todos; portanto também dos estrangeiros. Petrobrás reduz meta de produção em 1 milhão de barris/dia até 2016L
Paralisado pela incompetência crônica que não poupa nenhum dos quase quarenta ministérios e sufocado por um rosário interminável de denúncias de corrupção, o governo federal e sua base alugada empregam mais tempo na tentativa de minimizar os estragos da bandalheira institucionalizada do que no dedicado à solução dos graves problemas conjunturais e estruturais que se acumulam e cobrem de incertezas o futuro do país. Acuados, refugiam-se covardemente nas maravilhas de um país de araque que existe apenas no imaginário deturpado desse bando que, liderado por um dos maiores blefes políticos que já se teve notícia, utiliza-se da mais indecente campanha publicitária para mentir à Nação. É só uma questão de tempo
Tal qual adolescente no afã de reconhecimeno à precoce emancipação, o Estado se capitalizou, e fez questão de mostrar  ao mundo a espetacular reversão, atingida em tempo record. Mais infantil impossível. 
As empresas, o campo, a sociedade civil, o cidadão se descapitalizavam, cada qual pensando que o fenômeno fosse apenas por má gerência individual. A festa foi de tamanho barulho que o mágico do novo milagre não encontrou a menor dificuldade em designar sua secretária, elemento completamente desconhecido do Oiapoque ao Chuí, para dar continuidade às vacas magras travestidas de gordas. E lá veio a destemida ex-guerrilheira corrigindo os erros passados.  Não surtira o menor efeito esparramar toda a riqueza nacional pelo mundo afora . Se quisesse uma cadeira de segurança, de parca segurança, tinha que contar só com o Brasil. Se jogar dinheiro fora pela janela do mundo não apresentara o menor resultado que se esperava, então o negócio era espalhar por aqui mesmo, agora sim, mais ortodoxa à infalível receita que elevou osditadores de trina à glória suprema. Se Getúlio foi o "pai dos pobres e a mãe dos ricos," agora contávamos  com a mãe de deus voltada ao pac
SÃO PAULO - Frente a uma plateia repleta de grandes empresários, o presidente Luiz da Silva defendeu a importância do papel do Estado na economia durante seu discurso na premiação da 12ª edição da pesquisa 'As Empresas Mais Admiradas no Brasil', realizada pela revista CartaCapital. 'A crise serviu para acabar com a histeria ideológica que dizia que o Estado não presta... nos fez perceber que é imprescindível que o setor privado seja competente, mas que é imprescindível que o Estado exista.' Estadão, 20/10/2009
Qual a única escola conhecida pelos inconsequentes, a que lhe dava garantia, a certeza do rumo, independentemente de qualquer intempérie, erro de cálculo, ou fenômeno internacional? Na pior hipótese, teríamos uma recessão. E para esta, a rigor esperada desde o início da jornada, o governo com seus cofres  abarrotados viria socorrer todo mundo, baixando juros, emprestando por qualquer coisa, fazendo qualquer negócio para o dinheiro voltar a circular. Não tinha erro - fórmula testada e aprovada: "Na verdade os interesses dos banqueiros têm sido contrários aos dos industriais: a deflação que convém aos banqueiros paralisou a indústria britânica." (RUSSELL, B., 2002: 68) Foi assim que Roosevelt se postou para levantar o moribundo Eua, "livrando heroicamente os americanos das garras do comunismo." Keynes era um verdadeiro gênio. O resto? Composições de meros sonhadores.
Havia, e há, contudo, uma diferença fundamental: os americanos já eram riquíssimos, e aumentaram seu patrimônio com os despojos da I Guerra Mundial. Já instalara o pujante parque fabril, decorrente da Revolução Industrial; sua agricultura fora ativada há décadas, até para sustentar as imensas forças armadas nas missões internacionais. E pelo fato de sua participação no conflito europeu, os portos do Velho Continente começaram a trocar produtos com os distantes norteamericanos. O que houve em '29 foi apenas uma monumental jogada especulattiva, de alto rendimento aos corretores, membros de governo e bancos, movimento puramente financeiro, nada a ver com a crescente produção americana, embora, claro, por dois ou tres anos, apenas isso, muitas empresas e famílias tenham ido à bancarrota. Era fácil alavancar o colosso de volta ao seu patamar, ainda mais quebrando o padrão-ouro. Roosevelt arrumou dinheiro do nada para montar o esplendoroso circo - usinas, represas, estradas, aeroportos, linhas de energia, comunicações, recebiam inéditos aportes, assim imprimindo um ritmo verdadeiramente acelerado - o US-pac. A burocracia triplicava, com a adoção das medidas fascistas importadas de Mussolini - leis do trabalho, juntas, justiça, e um monte de penduricalhos que entusiasmava o pessoal que retornara da guerra. Não fosse, contudo, mais outra guerra para tapar o furo, nao fosse os despojos alemães, japoneses e italianos, e a imensa dívida da França para com o libertador, não fosse tudo isso os americanos estariam afundados numa inflação sem precedentes, de inimaginável solução. Foi o que aconteceu mais visivelmente na construção de Brasília - uma inusitada inflação, só extinta por intervenção militar, e notáveis economistas, estes sim, conhecedores da essência econòmica. É o que veremos, em seguida.

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