"Segundo Eusébio de Cesaréia, o primeiro historiador da igreja cristã, falecido em 341, foi o próprio imperador CONSTANTINO, O Grande, quem lhe confessou ter tido as duas visões que o convenceram de que Cristo o escolhera para missões extraordinárias." Mimoso. A coincidência do primeiro historiador surgir somente depois de tres séculos, no local e no tempo de CONSTANTINO, e ainda assim não muni-lo já não digo com o Novo, porque ainda não elaborado, mas sequer com o Velho Testamento, já seria mais do que suficiente para falsear essa estória. O que me diz a Wiki sobre este notável coadjuvante?
Tornou-se amigo de Pânfilo, com quem teria estudado a Bíblia, com a ajuda da Hexapla de Orígenes e de comentários compilados por Pânfilo, na tentativa de escrever uma versão crítica do Antigo Testamento.
Sim, "teria estudado a Bíblia" ainda com ajuda, e somente o Velho Testamento? Mas e o Novo, motivo pelo qual se debatia como Cristão, e que elevou e manteve CONTANTINO no trono? Só se o Novo ainda não existisse...
"Efectivamente, parece que um dos manuscritos da
Septuaginta, preparado por Orígenes, terá sido trabalhado e revisto pelos dois, a crer em
Jerónimo."
Ah tá. Mas a julgar pelo estilo dialético, de ponta a ponta, sugerindo mesmo uma costura, e considerando o amigo de HEXAPLE semi-analfabeto, não vejo heresia em incluir SANTO AGOSTINHO como roteirista preponderante da novela bíblica. É duro, mas fazer o quê? Há muito mais. De antemão cogito a óbvia heurística: JESUS CRISTO não passa da diabólica invenção, ao fito de satisfazer os torpes caprichos inpunemente, irresponsavelmente, porquanto esta responsabilidade só é exigível post mortem. À la SÓCRATES. Ironicamente, o que PLATÃO nunca quis.
Para cumprir suas elevadas missões, o
iluminado CONSTANTINO não se furtou em promover incontáveis crimes, entre registrados e incontáveis não descritos, mas presumível pelas batalhas. O contador da estória da cruz primeiro se desvencilhou da mulher; em seguida, casou com a filha de sete anos de idade do Imperador em exercício,
obteve apoios no usurpador africano
LÚCIO DOMÍCIO ALEXANDREA, cortou o suprimento de trigo à Roma,
mandou matar o novo sogro, liquidou com o cunhado,e por fim também destinou a garota já adulta ao condomínio familar, à sete-palmos de fundura.
E assim se despachou o credo das trezentas sumidades, o novo
ícone romano, forte para receber o apoio quase unânime de todos que jamais ouviram falar nisso tudo:
Cremos em um só Deus, Pai todo poderoso, Criador de todas as coisas, visíveis e invisíveis; E em um só Senhor, Jesus Cristo, Filho de Deus, gerado do Pai, unigênito, isto é, da substância do Pai, Deus de Deus, Luz da Luz, Deus verdadeiro de Deus verdadeiro, gerado, não criado, consubstancial do Pai, por quem todas as coisas foram feitas no céu e na terra, o qual por causa de nós homens e por causa de nossa salvação desceu, se encarnou e se fez homem, padeceu e ressuscitou ao terceiro dia, subiu aos céus e virá para julgar os vivos e os mortos; E no Espírito Santo. Mas quantos àqueles que dizem: 'existiu quando não era' e 'antes que nascesse não era' e 'foi feito do nada', ou àqueles que afirmam que o Filho de Deus é uma hipóstase ou substância diferente, ou foi criado, ou é sujeito à alteração e mudança, a estes a Igreja Católica anatematiza.
O exemplo ainda mais fulgurante dessa falsidade ideológica viria sob os auspícios da Renascença, encenação que vemos repetida diariamente, a todo instante, em cadeias de rádios, televisões e jornais, tudo sob concessão governamental:
O mundo barroco pode ser descrito também como um grande teatro, onde cada homem deve ocupar o seu lugar. O mais belo dos teatros é o centro do mundo católico romano: a praça de São Pedro em Roma. A literatura, as artes, a filosofia giram em torno de Deus, de suas exigências e da salvação.
JAPIASSÚ, H., 1997: 81
Não é frequente o caso em que a manipulação ideológica da religião com fins políticos é o catalisador real de tensões e divisões e, às vezes, da violência na sociedade?
PAPA BENTO XVI. Folha de São Paulo, 9/5/2009
Bidú. A participação eclesiástica na sociedade, portanto na política, é de sua função primordial:
A interpretação religiosa assenta nessa mesma biguidade: una est religio in rituum varietate, proclama Ficino, que, na Teologia Platônica – título revelador – desenvolve o acordo entre o platonismo e o cristianismo. ‘Eis a razão porque, quem quer que leia seriamente as obras de Platão, nelas encontrará, evidentemente, tudo, mas em particular essas duas verdades eternas: o culto reconhecido de um deus conhecido e a divindade das almas, onde reside toda a compreensão das coisas, toda a regra de vida e toda a felicidade. E tanto o mais que, sobre estes problemas, a maneira de pensar de Platão é tal que, de entre outros filósofos, foi a ele que Agostinho escolheu para modelo, como sendo o mais próximo da verdade cristã, afirmando que, com pequenas alterações, os platônicos seriam cristãos.’
Que sentença penal merecem esses que ludibriam gerações e mais gerações, per seculum ad seculorum?
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Nota
* É improvável que este trio formulasse algo ligado a JESUS CRISTO.
Justino, nasceu em Flávia Neápolis (atual Nablus), na Síria Palestina ou Samaria. A educação infantil de Justino incluiu retórica, poesia e história. Como jovem adulto mostrou interesse por filosofia e estudou primeiro estoicismo e platonismo. JUSTINO, nascido um século depois de CRISTO, "foi introduzido na fé diretamente por um velho homem que o envolveu numa discussão sobre problemas filosóficos e então lhe falou sobre Jesus. Ele falou a Justino sobre os profetas que vieram antes dos filósofos, ele disse, e que falou "como confiável testemunha da verdade". Eles profetizaram a vinda de Cristo e suas profecias se cumpriram em Jesus. JUSTINO, convencido de que a filosofia grega tende para Cristo, abraça a causa.
Ora, a filosofia grega tinha até estipulado, por PLATÃO, a vinda do justo. Seria este o profeta?
Ou seja - até agora, pelo menos, nada havia de Sagrada Escritura, pelo menos o Novo Testamento.
De Santo Ireneu de Lião há escassa informação e muitas coisas são pouco exatas. Teria nascido na Asia proconsular, pelo menos em alguma província em seu limite, na primeira metade do século II. Não se sabe a data certa de seu nascimento. Está entre os anos 115 e 125, ou entre 130 e 142 segundo outros autores. Fora de questão, pois.
E de Papias de Hierápolis (c.e 65 - 155 d.C), então, nem falar. "Infelizmente restaram apenas as citações de Eusébio da obra de Papias, que desapareceu por volta de 1341 dos catálogos da Biblioteca de Estames, um mosteiro cisterciense."
** Para Karl Marx a ideologia é instrumento de dominação que age através do convencimento (e não da força), de forma prescritiva, alienando a consciência humana e mascarando a realidade. Os pensadores adeptos da Teoria Crítica Frankfurtiana consideram a ideologia como uma ideia, discurso ou ação que mascara um objeto, mostrando apenas sua aparência e escondendo suas demais qualidades. Por isso, a ideologia cria uma “falsa consciência” sobre a realidade que visa a modo de suprir , morder e reforçar e perpetuar essa dominação. (Wikipédia)
A ciência deve começar com os mitos e com a crítica dos mitos.-
ResponderExcluirKarl Popper