domingo, 19 de outubro de 2008

ReVerSão

Cada passo dado pela mente em seu progresso
na direção do Conhecimento revela, ao menos
por ora, algum descobrimento não só novo
como o mais apropriado.
John Locke

Introdução
O trem transporta gente e produção. A viagem, contudo, se restringe ao destino dos trilhos, e sua inércia requer enormidades. Nenhum progresso científico é capaz de livrá-lo dessas (im) propriedades.
No circuito histórico ainda se ouve o apito. Passageiros de origens diversas vão embarcando  à infinita viagem. Deslumbra-lhes a paisagem, mero cenário montado. Aguça-lhes a imaginação de um porvir,  avilltada pelo romantismo, mas  os registros do percurso assinalam contínuas tragédias.
Na estação XVIII  o mais antigo vagão se desligou da locomotiva. Na parada XX o "espanto" da Gravidade obrigou o "carro-restaurante" a também efetuar o magnífico  corte epistemológico  A composição já não tem mais objeto. O fim da dicotômica monotonia enseja o desembarque de todos.
Todo homem possui sua finalidade particular, de modo que mil direções correm, umas ao lado das outras, em linhas curvas e retas; elas se entrecruzam, se favorecem ou se entravam, avançam ou recuam e assumem desse modo, umas com relação às outras, o caráter do acaso, tornando assim impossível, abstração feita das influências dos fenômenos da natureza, a demonstração de uma finalidade decisiva que abrangeria nos acontecimentos a humanidade inteira. NIETZSCHE, Friedrich Wilhelm, Da utilidade e do inconveniente da História para a vida: 74
Embora a mágica de esporádicos trechos incólumes, a retilínea, desrespeitosa e por tudo grosseira via-férrea traçada pela civilização passa por cima de tudo. A má temática de Platão & Pitágoras ainda abala todos os sistemas, sejam vegetais, minerais ou animais, e mormente os políticos, jurídicos, econômicos, científicos, filosóficos, sociais e pessoais. Ao examinarmos teorias e fatos, idéias e formas, para tomar o jargão da perfídia grega, elemento que impulsionou o insensato tour, delineamos o leitmotiv da torpeza. Precedeu-lhe o medo injetado, do trovão e da epidemia, da extinção da propriedade privada em prol do abstrato coletivo, gerado e gerido por um único artífice, invasões e chacinas, guerras frias e quentes, estratégias, ações e reações. As aventuras “ferrocarris-ideológicas” conduziram a humanidade no rumo de Marte, digo, da morte, às covas comunitárias, massacres coletivos logrados por convocações realizadas pretensamente na defesa de ideais, mas efetivadas na mera ambição do alheio, vileza camuflada na fé quase religiosa que hábeis condutores bem sabem incutir, no fito de captar seguidores de suas doutrinas de espoliação total...
.Evidentemente, não podemos julgar o passado como réu, para daí submetê-lo a pesada condenação diante dos nefastos desígnios impingidos à grande parcela da humanidade, para não dizer a toda; não. Além de inócuo, antes de tudo temos o dever de tentar compreender motivações e peculiares circunstâncias, até de tempo e lugar, realidade e conhecimentos predominantes.
Mesmo épocas de opressão são dignas de respeito, pois são a obra, não dos homens, mas da humanidade, e portanto, da natureza criadora, que pode ser dura, mas nunca é absurda. Se a época em que vivemos é dura, temos o dever de amá-la ainda mais, de penetrá-la com nosso amor, até que tenhamos afastado as enormes montanhas que dissimulam a luz que há para além delas. PAWELS Louis & BERGIER, Jacques, O despertar dos mágicos.
Nosso approach procede uma interpretação gradualmente aproximativa, viajante do próprio fio que o liga; mas, quando perfilamos as lógicas e razões condicionantes dos movimentos das massas, sobressaem-se os grandes equívocos cometidos por nossos ancestrais, bem como a caducidade de seus incontáveis arquétipos, por bizarro alguns ainda utilizados; e o que é pior - até procurados.
O curioso é que a civilização parece acostumada aos bretes, à opressão, de modo que todas as épocas permanecem modernas. Mussolini morreu feito carneiro-à -gaúcha, numa viga de Milão; e a Nomenklatura foi sepultada com as pedras do muro de Berlim. O que aconteceu?..O fim do Duce, mas não do fascismo.
Com a arquinimiga desaparecida, recrudesce a assombração fascista, bem mascarada, infiltrando-se em quase todos os países. A ação dos atuais gangsters é a mesma da época: maracutaias monetaristas com os bancos*, e mercantilismo com os investidores de campanha, de modo a colocar em xeque até mesmo a democracia. Mais do que isso, tem aquela outra conseqüência - a reanimação da rival:
Se E=Mc2, ou seja, se a matéria é apenas energia estática, o materialismo não tem, sequer, objeto. Mas nem esta decisiva informação, advinda da própria Alemanha, por lá pelo visto ainda não é bem conhecida. Achtung!
O fim-da-linha
A permanência desses pré-fabricados é que se torna indesculpável. Chegaremos mais próximos da reorganização e de um reacomodamento natural, paradoxalmente, lançando um cocktail desintegrativo nesse desenrolar pseudocientífico, ferros da direita e da esquerda que compuseram os trilhos à passagem da loco motiva sócio-política. Parando ou rompendo com o determinismo oriundo deste pretérito mecanicista, egoísta e opressor, poderemos alcançar mais rapidamente a readaptação, arejada e transparente, a perfazer um tecido social condigno com a época e as aspirações de cada um de nós. Voltando-nos ao real, por que acontecido, restar-nos-á explicá-lo e abandoná-lo, para tomarmos os tapetes mágicos de nossos próprios sonhos, permitidos e queridos por uma nova ordem (ou desordem), múltiplo anseio de ver e viver o mundo mais harmonicamente integrado e desenvolvido. Estacionado o velho trem, retirada a carga, optamos por pequenas, ágeis, versáteis e ecológicas naves, individuais ou não, mas definitivamente em consonância com a complexidade e leveza cósmica.
 ReVerSão
Nosso EspaçoTempo permite que as urgentes alterações sociais assumam a velocidade propícia. O espectro dos meios de comunicação, ampliados espetacularmente a partir das noções sobre as disponibilidades energéticas, rompe limites, predispondo a simultaneidade e a democracia da informação. Todos podem se integrar no mesmo instante, sem ninguém perder sua personalidade. O efeito é radical. Cada um torna-se elemento multiplicador, sopro direto no velame do nosso habitat espacial. E com o crescente vento pode ser içada, junto ao mastro padrão, a vela mestra constitucional que lhe deva ser peculiar: suficientemente forte para não se rasgar por sofismas; enxuta, para não arrastar a inércia e eficaz para não obstaculizar, considerando sempre e o máximo possível, a relatividade do universo de cada ser, de cada cidadão. Assim são pautadas a Teoria da Relatividade e a Teoria Quântica; destarte prima a Filosofia Liberal:
O insight (para nós, exciting...) torna-se facilitado pelo espoucar de incontáveis manifestações, adjacentes em todos quadrantes do mundo, numa (r)evolução espontânea mas imprevisível, por não seguir nenhuma predeterminação; condensada, porque consistente; e geral, porque livre, despido de superstições, e desprovido de discriminações, tão sem preconceitos quanto a luz do dia. Reconhecido e expresso por escritores, cientistas, educadores, místicos, músicos, poetas, intelectuais e administradores voltados a redimensionarem “produção e comércio” (teoria aplicada à prática), o impressionante e crescente movimento evolui equalizado; alastra-se por frutos distintos daqueles gerados às duas grandes árvores que, longe de permitirem sequer a sombra, assombraram o mundo, uma à esquerda e outra à direita, determinismos conceituais que multiplicaram e repartiram as desgraças até a queda do muro. Mais do que nunca, é possível atingir suas subterrâneas e camufladas bases pseudo-científicas, raízes de onde emanaram as ervas daninhas e o podre odor suavizado nas gotas dos seus falsos ideais.
Juntamo-nos às boas novas na expectativa de compartir um usufruto sensitivo de maior proximidade com o paraíso sempre contado, o qual temos a pretensão de vislumbrar sua silhueta, ironicamente, através da mesma aridez científica que outrora o ofuscou. A nova ordem, que parece desordem, brota nem toda expressa por números ou códigos comportamentais (posto que infinitamente mais ampla), mas faz-se também legal e legítima, cientificamente correta e apreciada. Trata-se de uma reversão por convergência, sem dialética, mas por Somalética, uma postura quântica, dialógica pela qual a ética não se fratura.
À tonalidade das observações, apropriamo-nos das palavras de Albert Einstein:“Se, no que se segue, eu vier a expressar minhas idéias um tanto dogmaticamente, será apenas em nome da clareza e da simplicidade”
Consigno, todavia, a ressalva: diferentemente do gênio, não apresentamos, de modo direto, novas idéias - a obra é menos escrita por nós, muito mais pelos vultos. Mas atiramo-nos na possibilidade de uni-las. Eis o puzzle, em fractais, neste blog.
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*O chairman do Federal Reserve, Ben Bernanke, disse ao Congresso nesta segunda-feira dia 20 que uma nova leva de gastos governamentais pode ser necessária à medida em que a economia beira o que pode ser um período prolongado de baixo crescimento.
*O "NYT" depois de alguns dias de nosso approuch (21/10) mostra como a legislação permitiu a "proliferação de grandes doadores" para ambos os candidatos, inclusive Lehman Brothers, AIG e outras empresas que se "perderam na crise financeira".
Desse modo fazem jus a vultoso spread pelas "doações". Tal qual no Brasil do PROER.
22/10/2008, Folha: Além do Lehman, serão investigadas as empresas de hipotecas Fannie Mae e Freddie Mac, e a seguradora AIG --que recebeu do Federal Reserve um empréstimo de 85 bilhões. (Nav's ALL bidú!)

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